Nem o clima nem as paisagens portuguesas põem o país na lista das nações mais felizes do mundo: segundo o Relatório da Felicidade no Mundo de 2015, o país mais feliz do planeta é a Suíça. Este ano, apesar de ter das melhores estradas, praias, hotéis e de estar constantemente a receber boas referências turísticas, Portugal surge apenas em 88º lugar, numa lista com 156 entradas.

Tudo porque o estudo promovido pela Rede de Desenvolvimento de Soluções Sustentáveis mede a felicidade de acordo com o “progresso social e o objetivo das políticas públicas”. E deixa ainda como deve prestar mais atenção à “felicidade como critério para políticas governamentais”.

Esta instituição cria medidas que considera poderem equilibrar os objetivos económicos, sociais e ambientais dos países. A equipa alargada de especialistas independentes de todas as áreas de estudo junta-se para medir os dados e avaliar o bem-estar no progresso das nações.

Para tal, têm em conta seis fatores essenciais: o produto interno bruto per capita, os apoios sociais do Estado, a esperança média de vida, as liberdades de escolha pessoais, a generosidade e os níveis de corrupção dos países.

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De acordo com as declarações de Jeffrey Sachs – diretor de rede e professor de economia da Universidade de Colômbia – à CNN, “não há uma só chave para a felicidade”. O dinheiro parece ocupar um papel importante na felicidade da população dos países, mas o segredo parece estar “na confiança, em ter um governo com baixa corrupção e uma sociedade generosa e voluntariosa”.

 

Felizes curiosidades dos dez países mais felizes 

O Observador compilou algumas curiosidades sobre cada um dos dez países onde a felicidade reina.

Suíça

Com uma população de oito milhões de pessoas – em que cerca de 80 mil tem mais de cem anos -, a pequena suíça é uma República Federal com 26 estados que não pertence à União Europeia. Porquê? A população, cuja participação nas tomadas de decisão governamentais é altíssima, decidiu que devia permanecer neutra.

É também por isso que a Suíça não entra em se envolve numa guerra desde 1815. No país do chocolate falam-se quatro línguas oficiais: alemão (por 70% das pessoas), francês (20%), italiano (7%) e romanche, que é uma língua própria.

Islândia

É a terra do gelo e do fogo porque, apesar de ter 11% do território coberto por gelo, a Islândia abriga 200 vulcões – trinta deles ativos. Na verdade, o país de origem vulcânica localizado na Dorsal Atlântica é um dos territórios mais jovens do planeta, tendo formado-se há 20 milhões de anos. A Islândia também é conhecida pelo “sol da meia-noite”, um fenómeno em que o sol brilha durante as 24 horas do dia e que acontece quando nos aproximamos do solstício de Verão.

Saiba ainda que a Islândia tem um banco com a informação genética dos 323 mil habitantes: a empresa Decode teve autorização do parlamento para catalogar a informação de toda a população. E um último dado: a Islândia só tem uma estrada de asfalto. Porque simplesmente não precisa de mais: a “Ring Road” dá a volta a toda a ilha.

Dinamarca

É composta pela província continental da Jutlândia, pelas Ilhas Feroé, pela Groenlândia e por mais 443 ilhas. Tudo isto confere à Dinamarca uma área de 43 mil quilómetros quadrados onde vivem quase 6 milhões de pessoas. Considerada uma das nações mais modernas do mundo, o estilo de vida dos dinamarqueses baseia-se na “regra dos três oitos”: num dia normal, são precisas oito horas de trabalho, oito horas de lazer e oito horas de repouso.

Foi o primeiro país a legalizar a pornografia e o primeiro a criar uma lei muito próxima da legalização do casamento homossexual, chamada “parceria registada”. É também líder na produção de energia eólica e é o país de origem da marca Lego.

Noruega

Lembrou-se do bacalhau? Saiba que, apesar de ser pescado nos mares que banham este país, os noruegueses não têm o hábito de consumir tal peixe. O tratamento e comercialização está maioritariamente entregue aos portugueses.

Mas vamos continuar: o “sol da meia-noite” também acontece na Noruega, mas na tradução direta do norueguês significa “caminho para o norte”. Durante seis meses, o país passa grande parte do tempo na penumbra, com noites muito longas e dias curtas, sendo que nos restantes seis meses acontece o contrário, e é o sol que reina, tudo por causa da sua localização geográfica. Os noruegueses não têm salário mínimo. O ensino é completamente gratuito até mesmo na universidade. Em contrapartida, os preços dos bens essenciais são muito altos: 1,75 litros de leite podem custar três euros.

Ainda na Noruega, está o túnel mais comprido do mundo: chama-se Laerdal e tem 24 quilómetros de extensão divididos em três cavernas. Uma última curiosidade: na Noruega, vigora uma lei onde é proibido enterrar os mortos já que os corpos não se degradam por causa do frio.

Canadá

Um país de extremos: o Canadá pode atingir os 40ºC no verão e baixa para os -33ºC no inverno. Os 35 milhões de pessoas que vivem neste país têm como línguas oficiais o francês e o inglês: por isso é que toda a informação no país, incluindo rótulos, está escrita nos dois idiomas.

Apesar de a Noruega ter o maior túnel do mundo, ainda não conseguiu ultrapassar alguns dos feitos canadenses. Montréal tem a maior extensão de túneis do mundo.

Duas percentagens para fixar: o Canadá detém metade da água doce existente no planeta nos 25 mil lagos do país e tem 50% da população de ursos polares que vivem na Terra. A última curiosidade: a fronteira com os Estados Unidos – o único país vizinho – é a maior que existe no mundo.

Finlândia

Num país onde tanto neva, os finlandeses não têm nenhuma palavra para o verbo “nevar”. Quando se querem referir a esse fenómeno climatérico dizem que “chove neve”, que em finlandês se diz “santaa lunta”. Em contrapartida, têm quarenta palavras para o “neve”. Ainda no universo dos dicionários finlandeses, eles têm uma das palavras mais longas do mundo:

lentokonesuihku-turbiinimoottoriapumekaanikkoal-iupseerioppilas

Trata-se de um dos ramos das forças militares que existem na Finlândia, um país que tem três quartos do território coberto por floresta. Foi da Finlândia que nasceu a sauna: neste país existem 3 milhões de salas para sauna. Um número que ganha outra dimensão quando souber que a população é só de 5 milhões.

Holanda

A Holanda é também conhecida por “Países Baixos” porque, embora seja praticamente toda plana, tem 40% do território abaixo do nível médio da água do mar. Tem o maior porto do mundo, Roterdão, e é um dos países com maior densidade populacional do mundo (450 mil habitantes por quilómetro quadrado).

Um dos ícones da Holanda são as túlipas, que chegaram ao país através do Império Otomano e que se tornaram tão importantes para a história holandesa que chegaram a ser utilizadas como moeda de troca durante o século XVI. Em finais de abril e início de maio, as túlipas começam a florescer em Kop van Noord e em Keukenhof, os maiores campos de túlipas do mundo.

O país abriga o “Red Light District”, uma rua em Amesterdão que acolhe um dos maiores negócios de prostituição do mundo. Ao longo desta rua encontram-se bordéis, hotéis e restaurantes cujas montras têm mulheres expostas a dançar sensualmente.

Suécia

Lembra-se da pacifismo em que vive a Suíça? A Suécia não lhe fica atrás: a última vez que esteve em guerra foi no ano de 1814, contra a Noruega, quando estava em causa a independência. Foi a primeira nação a imprimir dinheiro em notas, com a coroa sueca, e tem o jornal mais antigo do mundo: chama-se Post och Inkrikes Tidningar e publica sem interrupções desde 1645.

Não é barato viver na Suécia. Trinta por cento do salário de um sueco é utilizado em impostos, um valor que aumenta se o trabalhador fizer horas extras. Tudo para que os serviços básicos de saúde e educação, por exemplo, sejam gratuitos.

Nova Zelândia

Disputa com a Holanda o título de ter a palavra mais longa do mundo:

Taumatawhakatangihangakoauauotamateaturipukakapikimaungahoronukupokaiwenuakitanatahu

É o nome de uma montanha e traduz-se por “o lugar onde Tamatea, o homem com os joelhos grandes, que escorregou, subiu as montanhas, conhecidas como Landeater, tocou sua flauta para sua amada”. Aliás, subir montanhas deve ser um hábito ao gosto dos neozelandeses, já que a primeira pessoa a escalar o Evereste foi o neozelandês Edmund Hillary.

Se fica impressionado quando se lembra que nos Açores existem duas vacas por cada habitante, a Nova Zelândia está prestes a deixá-lo de boca aberta: por cada neozelandês existem sete ovelhas. E apenas 5% da vida animal da ilha é humana.

Austrália

Um dos símbolos da Austrália é a Grande Barreira de Coral, com cerca de 2500 recifes que abrigam milhares de espécies da vida marinha ao longo de 2900 quilómetros. É a maior estrutura viva do mundo. Mas deixe-se também impressionar pela “Wave Rock”: uma formação com 14 metros de altura e pouco mais de um quilómetro de comprimento criada pela erosão.

O facto de ser um país isolado permite que a Austrália ainda abrigue animais exóticos como os marsupiais, coalas ou o Diabo da Tasmânia. É também um país onde se desenvolve muita tecnologia: além das caixas negras dos aviões, que foram inventadas em meados do século passado, os australianos também são responsáveis pela invenção do ouvido biónico, em 1979.