“São dois caminhos diferentes mas têm pontos em comum. Se o resultado das legislativas não apontar para uma maioria absoluta, há espaço para conversações entre PSD e PS. Tenho a certeza absoluta disso”. Foi assim que o ex-líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa, comentou a apresentação das propostas económicas do PS.

No comentário semanal na TVI, o professor de Direito da Universidade de Lisboa examinou as duas alternativas, considerando que a direita “tem uma aposta empresarial forte e é tímida em relação às famílias” enquanto o PS “olha pouco para o tecido empresarial”. E defende que PSD e PS convergem tanto na preocupação com o défice e a dívida pública como partilham do mesmo “ponto fraco”: a Segurança Social. “Onde vão buscar dinheiro?”, perguntou referindo-se às propostas de baixa da TSU.

Sobre a coligação PSD-CDS para as próximas eleições legislativas, anunciada este sábado, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que foi feita “em pouco tempo, em 48 horas” e que representa o “acelerar da pré-campanha” eleitoral. “Há mais confiança nos últimos tempos do que tradicionalmente havia”, disse, referindo-se aos dois líderes, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas.

Marcelo comentou ainda o caso Sócrates por causa da detenção de um administrador do Grupo Lena, Joaquim Barroca, considerando que se pode fazer a leitura de que o Ministério Público investiga o período em que o socialista foi primeiro-ministro e que as suspeitas são de corrupção passiva. “O corruptor ativo será assim o Grupo Lena que teria dado dinheiro a vários intermediários para chegar a Sócrates”, afirmou.

A polémica da semana, o chamado visto prévio sobre a cobertura de campanhas eleitorais por parte dos jornalistas, não ficou de fora da análise semanal. Marcelo considerou a proposta negociada por PSD, PS e CDS e que já foi deixada cair “um absurdo, inadmissível e um retrocesso”.

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