O secretário-geral da CGTP-In, Arménio Carlos, disse, em Lisboa, que “o problema de fundo” da greve dos pilotos da TAP é que estes profissionais “querem ser acionistas da empresa privatizada”.

“O que está ali em causa [conflito entre pilotos, empresa e Governo] é que os pilotos querem ser acionistas da empresa privatizada, esse é que é o problema de fundo, sublinhou o sindicalista, em declarações à agência Lusa.

Arménio Carlos considerou que a greve anunciada na TAP para entre 1 e 10 de maio, marcada pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), “é um problema interno” da empresa e reiterou a oposição à intenção governamental de privatização da transportadora aérea portuguesa.

Segundo o dirigente sindical, a greve a TAP “é um problema interno” e “um problema do Governo, da administração e dos pilotos, porque existe uma situação em que o que está em causa não é a privatização, porque todos defendem a privatização”.

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“Não trabalhamos nem lutamos contra as privatizações para entrarmos como acionistas, lutamos contra as privatizações porque entendemos que as privatizações têm sido penalizadoras para os trabalhadores, para a população e para o desenvolvimento do país”, frisou o sindicalista.

O dirigente sindical defendeu a necessidade de “impedir que o Estado fique refém de meios e instrumentos para se desenvolver” e que, por isso, a empresa e o Governo terão de encontrar uma solução para o problema.

“Temos um Governo que violou a lei quando declarou, em dezembro passado, a requisição civil para os trabalhadores da TAP”, acrescentou Arménio Carlos, sobre a ausência da utilização da requisição civil na greve anunciada.

O sindicalista notou que, “de acordo com a lei, a requisição civil só pode ter lugar a partir do momento em que há um incumprimento dos serviços mínimos”, levando a que só após o início da greve pode haver lugar à requisição civil.

“O Governo sabe que violou a lei, sabe que existem processos em tribunal, e também sabe que se voltasse novamente a recorrer à requisição civil violava novamente a lei”, vincou Arménio Carlos, sublinhando que o executivo de Passos Coelho “não pode deixar de ser condenado pela requisição civil ilegal que declarou em dezembro, no âmbito de uma greve que era contra a privatização”.

Os pilotos da TAP marcaram uma greve, entre 01 e 10 de maio, por considerarem que o Governo não está a cumprir anteriores acordos, de 1999 e de dezembro de 2014, que, segundo o Sindicato dos Pilotos da Aviação, lhes davam direito a participarem no capital da transportadora no âmbito da privatização.