Michael Morell, antigo sub-diretor da CIA, admite que “não ficaria surpreendido” se a célula da Al-Qaeda no Yemen provocasse a queda de um avião comercial nos Estados Unidos da América. A revelação foi feita em The Great War of Our Time, o novo livro do antigo número dois da agência de espionagem norte-americana.
The Great War of Our Time, publicado esta terça-feira, é um relato da carreira de Morell durante o governo de George W. Bush. Conta ao pormenor os acontecimentos que sucederam à manhã de 11 de setembro, a sua passagem por Londres durante os ataques de sete de julho e a noite que passou na Casa Branca durante o assassinado de Osama Bin Laden.
De acordo com a Telegraph, no novo livro, Morell defende que o grupo terrorista é, ainda hoje, o maior inimigo dos Estados Unidos da América e que seria capaz de assaltar um voo transatlântico, com destino a Londres ou a Nova Iorque.
“Para ser franco, não ficaria surpreendido se a Al-Qaeda na Península Arábica provocasse a queda de um avião norte-americano, que viajasse de Londres para Nova Iorque, de Nova Iorque para Los Angeles ou para outro sítio qualquer nos Estados Unidos”, escreveu.
Ao lembrar o tempo que passou a bordo do Air Force One, poucas horas de pois do ataque às torres gémeas e durante o planeamento da invasão do Afeganistão, Morell sugere que Bush tentou negociar com os talibãs para que estes lhe entregasse Osama Bin Laden. “Que se lixe a diplomacia. Isto é guerra”, terá dito o antigo presidente dos Estados Unidos.
O antigo diretor afirma ter estado entre o grupo de agentes que se opôs à tentativa da administração Bush de justificar a invasão do Iraque com base num relatório britânico falsificado. Este referia que Saddam Hussein tinha tentado comprar urânio em África.
Michael Morell foi agente da CIA durante mais de 30 anos. Tornou-se sub-diretor em 2010 e abandonou o cargo em 2013.