Maria de Belém Roseira poderá ser provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, sucedendo a Pedro Santana Lopes, se o PS vencer as próximas eleições legislativas, apurou o Observador. A atual deputada do PS e ex-ministra da Saúde já foi vice-provedora da Santa Casa de Lisboa de 1988 a 1992, quando o número 1 da instituição era o padre Vítor Melícias, escolhido pelo então primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva.

Roseira, porém, tem vindo a alimentar nos últimos meses um tabu sobre a vontade em avançar para a corrida presidencial, impulsionada por vários apelos que diz ter. Essa candidatura, a concretizar-se, será contra o candidato apoiado oficialmente pelo PS, que deverá ser o independente e ex-reitor da Universidade de Lisboa, António Sampaio da Nóvoa. O partido irá decidir esse apoio até final deste mês, como ontem noticiou o Observador, gerindo os timings do dossiê das presidenciais que estava a ameaçar tornar-se uma séria dor de cabeça para a direção socialista. Enquanto Sampaio da Nóvoa revela baixos níveis de notoriedade nas sondagens, Maria de Belém não fecha a porta a uma candidatura. A disponibilidade do PS em vir a colocar esta socialista na Santa Casa é, assim, um prémio de consolação para uma desistência dos planos de Belém.

Certo é que a ex-ministra da Saúde de António Guterres já não terá mais um lugar em São Bento. Segundo António Costa revelou, a deputada recusou integrar as listas de candidatos a deputados em lugar elegível nas eleições legislativas do outono. “Maria de Belém terá nas listas para as eleições legislativas o lugar que me pediu que tivesse, que é ser a primeira suplente pelo círculo eleitoral de Lisboa. Eu sou o primeiro efetivo e tenho muita honra que ela seja a primeira suplente”, disse terça-feira o líder socialista, à margem de uma homenagem ao antigo ministro da Ciência Mariano Gago, no ISCTE.

O ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes está a cumprir o segundo mandato à frente da Santa Casa, que terminará em 2017, mas se o Governo em funções entender pode substitui-lo antes. 2017 é também o ano de eleições autárquicas, em que Santana poderá ainda concorrer para tentar reconquistar a Câmara de Lisboa e se estiverem no poder os socialistas não quererão que este tenha um palco privilegiado para a sua pré-campanha autárquica.

Sobre presidenciais, Costa recusou esta quarta-feira alimentar mais as polémicas. “Quando decidirmos o candidato [presidencial] a apoiar não faremos segredo. Temos um calendário e a prioridade dos portugueses são as eleições legislativas e tentar mudar o Governo e a política”, declarou esta manhã o líder socialista aos jornalistas, à margem de uma visita ao Centro de Saúde de Baião.

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