Cecil era o nome do leão mais querido do Zimbabué. Tinha 13 anos, dizia-se que não era nada raro avistá-lo no Parque Nacional de Hwange, existiam várias imagens e vídeos dele, espalhados pela Internet. Na passada semana foi divulgada uma fotografia, na qual se viam dois homens ao lado do leão, morto. Um deles era Walter Palmer, um norte-americano, dentista de profissão, que foi identificado esta terça-feira como um caçador que matou o leão. Milhares de pessoas inundaram com mensagens as páginas de Twitter e Facebook da clínica dentaria de Palmer, que decidiu reagir: “Não fazia ideia que o leão era conhecido e um favorito local.”

O homem, residente em Mineápolis, no estado do Minnesota, viajou, em julho, até ao Zimbabué. Era um amante de caça e, como tal, disse que terá pagado a dois guias locais para o acompanharam pelo Parque Nacional de Hwange, além de trataram das licenças exigíveis, por lei, para caçar nesse território. “Confiei na experiência dos meus guias profissionais para assegurarem uma caçada legal”, lê-se, de acordo com a CNN, no comunicado.

Terá sido na sua companhia, dizem os relatos, que, durante uma noite, Walter Palmer avistou Cecil e o atingiu com um flecha. O disparo não matou o leão. Como se encontrava ainda dentro do terreno do parque natural, os três terão atado um animal morto ao jipe com que se deslocavam e arrastaram-no pela terra durante cerca de meio quilómetro. O objetivo era untar o terreno com o cheiro do animal, de modo a atrair o leão. Resultou, embora demorassem cerca de 40 horas a encontrá-lo. Quando o fizeram, mataram-no e cortaram-lhe a cabeça, antes de lhe retirarem a pele.

Cecil, aliás, tinha uma coleira que estava equipada com um dispositivo GPS, que era utilizado pela Universidade de Oxford, em Inglaterra, para monitorizar e estudar o seu comportamento. Palmer terá, alegadamente, arrancado a coleira ao animal. “Só reparei que tinha a coleira e que fazia parte de um estudo quando a caçada terminou”, escreveu, no comunicado. A CNN noticia que Palmer ainda não terá sido contactado pelas autoridades do Zimbabué ou dos EUA.

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