Já havia socialistas a apoiar Sampaio da Nóvoa (como Mário Soares ou Jorge Sampaio), outros a apoiar Maria de Belém (como Manuel Alegre), mas agora há uma terceira via no PS: Ascenso Simões, até há uma semana diretor de campanha de António Costa e agora cabeça-de-lista do PS em Vila Real, declarou esta noite que não vai apoiar ninguém nas eleições presidenciais de 2016. “Não apoio nem apoiarei qualquer candidato presidencial”, escreveu na sua página no Facebook.

A razão? O socialista diz defender “uma revisão constitucional”, para pôr fim à eleição direta do Presidente da República.  “Um anacronismo”, diz Ascenso. No mesmo texto vem uma explicação mais detalhada, que será disruptiva no PS (um partido fortemente semi-presidencialista”. “A função [do Presidente] está cada vez mais partidarizada e a implicação dos partidos tradicionais limita candidaturas acima destes.”

O post do candidato socialista mereceu, nas últimas horas, vários comentários na sua página: há quem conteste a proposta, quem pergunte ao socialista o que propõe em alternativa. A estes, Ascenso Simões responde que prefere uma “eleição indireta por colégio”, cotação essa que seria feita por “deputados nacionais, regionais e os presidentes dos municípios”. A manter-se o atual sistema, onde todos os portugueses vão às urnas para escolherem o chefe de Estado, diz Ascenso que “os poderes devem ser alargados” – para que a votação alargada tenha o retorno de dar poder efetivo ao Presidente, para além dos atuais.

Há também quem, na sua página, peça a Ascenso a reserva política de alguém que é candidato e dá a cara pelo PS. O candidato, porém, responde com a sua convicção: “A minha consciência e a minha opinião não se limitam.” E acrescenta que “com exceção de mais dois países, as repúblicas europeias não elegem diretamente o Presidente”.

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