Um deputado do PCP acusa Paulo Portas de ter “conversa de pide reformado”. E de exibir “um ressabiamento do tamanho de um submarino”. Porquê? Bruno Dias não gostou de ouvir o líder do CDS dizer que nos países comunistas não há debates com adversários e “lhes cortavam a cabeça”.
As declarações de Portas tinham a ver com os debates televisivos sobre a campanha das legislativas. O PCP opôs-se a que este participasse no debate alargado com todos os partidos por considerar que a coligação já estava representada por Pedro Passos Coelho e não podia ter dois representantes. E para o frente a frente com Portas resolveu enviar não o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, mas Heloísa Apolónia, de Os Verdes, que integra a coligação da CDU com os comunistas – ou seja, uma espécie de homóloga de Portas aos olhos do PCP.
Na reação, esta terça-feira em Beja, o centrista disse estar “encantado” em debater com Heloísa Apolónia e que “em democracia não se despreza ninguém”. “Em democracia não se fazem vetos. Faz-se confronto civilizado de ideias e eu disponibilizei-me para todos os debates que as televisões me propuseram”, declarou, argumentando que “em nenhum país comunista haveria um debate com os adversários políticos, porque, se houvesse, era o último”. “Como sabem, ou lhes cortavam a cabeça ou os prendiam. Em democracia trocamos ideias naturalmente, civilizadamente”, sublinhou.
Ora, foi esta parte que indignou o deputado Bruno Dias, que no Facebook escreveu com ironia: “Primeiro disse: já andaste a ver episódios a mais do South Park. Mas depois pensei melhor: para andares com essa conversa de pide reformado, deves estar com uma carga de ressabiamento do tamanho de um submarino. O menino está zangado, está?”. Bruno Dias acompanhou o texto com um emoji sorridente que significa “a sentir-se divertido”.
A referência aos submarinos persegue Portas há anos, desde que em 2004 comprou dois submarinos ao consórcio alemão GSC quando era ministro da Defesa. Responsáveis daquela empresa foram acusados de terem pagos luvas a compradores noutros países mas em Portugal não houve quaisquer acusações.