A NASA fará a sua primeira viagem tripulada a Marte em 2030 e conta ter especialistas a viver no planeta durante seis meses, segundo noticia a BBC. A viagem até este planeta, que fica em média a 80 milhões de quilómetros da Terra, demorará um ano a ser feita.

Para esta viagem, o engenheiro espacial argentino Pablo de Léon, especialista na criação de fatos espaciais, acaba de ganhar um concurso organizado pela NASA. O concurso destinava-se à criação de um protótipo da habitação em que os astronautas irão viver enquanto estiverem nesse planeta.

A habitação, que está a ser desenhada no Laboratório de Voos Espaciais Humanos da Universidade de Dakota do Norte (Estados Unidos), “terá quatro cabines independentes com portas, para que os astronautas tenham privacidade, uma cozinha, uma mesa com cadeiras para estes jantarem ou se reunirem, uma casa de banho com chuveiro e uma área científia e de recriação”, conta Pablo de Léon à BBC.

Apesar disso, as semelhanças exteriores com uma casa são mínimas, já que o espaço será mais parecido com um conjunto de tubos insufláveis do que com uma vivenda normal. Os acabamentos, por sua vez, serão desmontáveis, e começarão a ser transportados a partir de 2013, em viagens não tripuladas que a agência organizará.

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Os espaços interiores da habitação serão relativamente grandes, e esta terá ainda uma estufa com um solo especial com nutrientes e fertilizantes e com luzes LED, que permitirá aos austronautas produzir plantas que desejem incorporar na sua alimentação em Marte.

Por ora, a NASA vai treinando os seus especialistas que visitarão este planeta, onde os esperam grandes desafios. Um deles é o clima, que, devido à pouca espessura da atmosfera deste planeta, oscila entre temperaturas tão diferentes quanto os 30ºC e os -150ºC.

Viver com temperaturas negativas extremas será um desafio, e as providências estão a ser tomadas: o pano que envolve a habitação será feito com o mesmo material dos fatos espaciais, e o ambiente será oxigenado e climatizado. Isto não só permite que os astronautas resistam à temperatura exterior como também que não tenham de utilizar esses fatos no interior da habitação.

A viagem terá vários objetivos. Um deles é averiguar se existe ou existiu vida em Marte, até porque, segundo Pablo de Léon, “no passado Marte chegou a ter muita água na sua superfície, uma atmosfera densa e abundante e um clima mais ameno”. O outro é perceber como é que Marte se transformou no planeta que é: o conhecimento pode ser importante para perceber os efeitos que as mudanças climatéricas poderão ter no planeta Terra.

Por último, e é talvez a razão mais importante, a NASA pretende ainda perceber até que ponto será ou não possível que no futuro os humanos possam viver em Marte. Isto porque, segundo Pablo de León, os outros planetas que se têm vindo a descobrir, e que têm características mais similares ao planeta Terra, estão a uma distância tão grande que, afirma, é “impossível lá chegarmos”.

Em Agosto do ano passado a empresa aeroespacial SpaceX revelou o seu desejo de levar pessoas privadas para Marte em 2024, seis anos antes da data prevista para a primeira estadia de astronautas no planeta.