O responsável pela ajuda humanitária das Nações Unidas pediu, na quinta-feira, uma investigação ao bombardeamento a um casamento no Iémen, que matou dezenas de pessoas e se suspeita ser da autoria da coligação liderada pela Arábia Saudita.

Stephen O’Brien, subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários da ONU, disse estar “profundamente perturbado” pelas notícias dos civis mortos no bombardeamento.

“Peço uma investigação rápida, transparente e imparcial a este incidente”, disse O’Brien, em comunicado.

“É urgente uma real responsabilização das partes envolvidas no conflito, quer sejam estados ou [outros] grupos, de modo a assegurar que o compromisso, sob lei internacional, de proteger civis tem significado”, acrescentou.

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O’Brien citou o ministro da Saúde Pública do Iémen, que disse que pelo menos 47 pessoas morreram e 35 ficaram feridas, incluindo muitas mulheres e crianças.

Fontes médicas confirmaram 28 mortos à AFP.

O ataque aéreo atingiu uma casa onde dezenas de pessoas celebravam um casamento na cidade de Sanban, província de Dhamar, a 100 quilómetros da capital, Sanaa.

Segundo testemunhas, o ataque foi efetuado pela coligação liderada pela Arábia Saudita que, desde março, realiza uma campanha aérea em apoio do Presidente Abedrabbo Mansour Hadi e contra os rebeldes xiitas ‘houthis’, apoiados pelo Irão.

No entanto, a coligação negou qualquer envolvimento neste ataque.

O’Brien lembrou que 4.500 civis já foram mortos ou feridos desde que a campanha aérea começou. “É mais do que em qualquer país ou crise no mundo, no mesmo período”, frisou.

“Com a tecnologia moderna de armas, há pouca desculpa para erros”, acrescentou.