O ex-ministro da Administração Interna Miguel Macedo está a ser investigado por suspeitas de tráfico de influências relacionadas com um concurso público para operação e manutenção dos helicópteros do Estado, que ficou fechado quando Macedo ainda estava no Governo. A notícia é avançada pelo Correio da Manhã na edição desta quarta-feira, que acrescenta que o negócio dos helicópteros estava avaliado na ordem dos 196 milhões de euros. 

De acordo com o Correio da Manhã, foi detetada uma passagem de informações privilegiadas sobre o concurso meses antes de as informações terem sido tornadas públicas. A informação terá sido dada por Miguel Macedo ao empresário Jaime Couto Alves, seu ex-sócio e também arguido no caso dos vistos gold.

Em causa está o maior concurso público internacional para a operação e manutenção dos helicópteros portugueses, que terminou ainda durante o mandato de Miguel Macedo no Ministério da Administração Interna (demitiu-se há um ano). Na altura, Macedo chegou mesmo a melhorar a proposta do concurso, aumentado o preço atribuído à hora de voo de cada helicóptero Kamov, que passou a ser paga a 5925 euros, em vez dos 5333 que estavam tabelados no concurso anterior.

Outra questão que chamou a atenção das autoridades no negócio dos helicópteros foi o facto de uma das empresas vencedoras, a Everjets, que conseguiu ficar com a manutenção de três Kamov e de 25 helicópteros ligeiros, num contrato avaliado num total de 90 milhões de euros, nunca ter chegado a levantar o caderno de encargos. Segundo o Correio da Manhã, as autoridades estão a investigar se há alguma relação com Jaime Couto Alves.

Macedo foi deputado do PSD na anterior legislatura, depois de se ter demitido do Governo na sequência do caso dos vistos gold. Macedo demitiu-se em novembro de 2014 e em julho deste ano viu a sua imunidade parlamentar ser levantada para poder ser constituído arguido no processo judicial dos vistos dourados.

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