Ser frio, matar com calma e sem pestanejar. Manter a mesma calma ao fazer-se explodir de seguida. Foi assim que os sobreviventes dos atentados de Paris descreveram os terroristas que fizeram 129 mortos, conta o El Mundo.

Embora não tenham sido feitos ainda exames toxicológicos para avaliar se os terroristas estavam sob o efeito de drogas, as seringas encontradas no hotel em que os jihadistas terão estado instalados fizeram levantar as suspeitas. Os autores do atentado podem ter tomado Captagon, uma droga que é uma mistura de anfetaminas e cafeína e que, consumida com outras substâncias, inibe a dor e a sensação de medo e que provoca um estado de euforia. 

A Captagon, que agora custa entre 5 e 20 dólares por dose, foi utilizada pela primeira vez nos anos 60 para tratar a hiperatividade, a narcolepsia e a depressão, mas foi proibida nos anos 80 pela Organização Mundial da Saúde por ser muito viciante. Segundo o El Mundo, a droga que começou a ser traficada no Golfo Pérsico encontrou um grande mercado na Síria, de tal modo que se converteu num dos principais países a produzi-la e a consumi-la.

Recentemente, o príncipe saudita Abdel Mohsen Bin Walid Bin Abdulaziz foi detido no aeroporto de Beirute, no Líbano, depois de ter sido encontrado num avião privado de que seria dono um carregamento de droga em 40 caixas, que incluía cocaína mas também a droga mais popular entre os terroristas, o Captagon.

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A droga dos jihadistas, como foi apelidada, pode ser tomada por via oral mas também pode ser injetada.”É um estimulante que gera ausência de dor e empatia”, assegurou um psiquiatra especializado em dependências, Dan Velea. “Na maioria dos casos ela é consumida em forma de comprimidos, mas também pode ser injetada por via intravenosa e nesse caso o resultado final é multiplicado e é mais rápido”, explicou.

As seringas encontradas nos quartos alugados por Salah Abdeslam estão a ser analisadas e vão poder agora confirmar, ou não, se os terroristas consumiram drogas antes do ataque. O El Mundo revela que os controlos fronteiriços registaram um aumento de cerca de 11 toneladas  desta droga, apreendidas de 2012 para 2013.