Ou Cristas, ou Melo. Depois do anúncio de Paulo Portas, que deu caminho à sua sucessão na liderança do CDS-PP depois de ter garantido que não seria candidato em 2016, a especulação em torno de quem será o homem (ou a mulher) que se segue é um assunto dominante. E, como tem sido escrito desde a comunicação de Portas, a ex-ministra Assunção Cristas e o eurodeputado Nuno Melo são os nomes em melhor posição.

Porém, segundo a edição desta semana do Expresso (link para assinantes), Assunção Cristas só deverá avançar se Nuno Melo não o fizer. O que representa um nó difícil de desatar para a ex-ministra — de acordo com o semanário, o eurodeputado é quem tem mais apoio dentro da estrutura do partido, onde alguns verão a falta de experiência “na máquina partidária” como uma desvantagem. Ainda assim, Cristas já tem dado sinais claros de que está disponível para avançar.

Em maio, numa entrevista ao Observador, Assunção Cristas já tinha assumido a sua disponibilidade para liderar o CDS-PP: “Para mim foi claro que [depois de ter feito o relatório sobre a natalidade em 2007] estaria ao serviço do partido para aquilo que fosse necessário. Se for necessária para isso [para a liderança], também estarei”.

Agora, o Expresso escreve que ainda não é certo que Cristas avance, referindo que a ex-ministra tem dito em privado que sempre disse que só avançaria se fosse “necessária”, demonstrando cuidado para gerar “divisões desnecessárias”.

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Em mente estará o conselho de Portas, que pediu que não houvesse guerras no processo de sucessão, apelando muito vezes à “maturidade”, sentido de país e institucionalismo”, segundo o Expresso.

Ainda assim, ao Observador, foram várias as vozes dentro do CDS-PP que demonstraram abertura para o debate que se seguirá — o Conselho Nacional irá reunir-se no dia 8 de janeiro, altura em que marcará o Congresso para março ou abril. Entre essas vozes está a de António Pires de Lima, também ele ex-ministro, que defende uma eleição “concorrida”, “aberta” e “franca”.

Também Adolfo Mesquita Nunes referiu que a existência de mais do que uma candidatura na ala mais próxima de Portas (onde se inserem Melo e Cristas) “é bom para o debate”. E o deputado Manuel Isaac, eleito pelo círculo de Leiria, referiu ao Observador que “há muita gente com vontade que ela [Assunção Cristas] avance”.