O presidente da PT Portugal afasta a tese de que existe uma guerra entre as operadoras de telecomunicações pelos conteúdos desportivos. Paulo Neves realça que a empresa está interessada em conteúdos, até admite vir a produzi-los, mas não numa ótica de exclusividade.

Paulo Neves foi o convidado do jantar-debate promovido esta quinta-feira pela APDC (Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações) e quando questionado sobre o tema incontornável da disputa com a NOS pelos direitos de transmissão dos principais clubes de futebol, respondeu: “Não vejo guerra nenhuma nos conteúdos”.

Os conteúdos são uma parte cada vez mais importante do negócio das telecomunicações que está a perder receitas nas atividades tradicionais. O segmento da televisão paga é um dos poucos negócios onde as receitas e os clientes estão a crescer.  Os conteúdos constituem por isso, reconheceu o gestor, um importante elemento de diferenciação para captar clientes. “Mas não quer dizer que queiramos esses conteúdos só para nós”.

O presidente da PT mostrou-se disponível para ceder os conteúdos que sejam considerados essenciais e garante que a oferta feita à NOS para o Porto Canal continua de pé. A MEO, marca da PT Portugal, cortou o serviço do Porto Canal, que tem os direitos do Futebol Clube do Porto, da plataforma da NOS, alegando falta de contra propostas para oferta feita. A NOS fechou no final do ano passado contratos com o Benfica e o Sporting. Os montantes envolvidos nestes contratos ascendem a várias centenas de milhões de euros.

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E qual vai ser o impacto da guerra que não existe nos preços pagos pelos assinantes de televisão? “Quem compra tem de rentabilizar estes conteúdos”, admitiu Paulo Neves. Mas sublinhou que há muitas formas de o fazer, que não passam apenas pelo preço cobrado aos clientes finais.

O presidente da PT anunciou ainda que a empresa vai lançar esta sexta-feira uma oferta comercial da rede de fibra óptica aos operadores concorrentes. “Não queremos manter a fibra só para nós”.

A operadora tem em curso um plano de expansão da rede de fibra óptica que pretende ligar mais três milhões de casas até 2020. Um projeto que levantou reservas à Vodafone com quem a PT assinou no passado um acordo da partilha de redes e de investimentos em  fibra.