Um total de 70 mil clérigos de todo o mundo assinou uma fatwa coordenada pelo culto de Dargah Aala Hazrat, na Índia, onde declara que organizações terroristas — entre elas o Estado Islâmico, a al-Qaeda e os talibã — não fazem parte do Islão. Associada a esta iniciativa está uma petição que foi assinada por 1,5 milhões de fiéis daquele culto, com centro na cidade indiana de Bareilly, no norte da Índia.

“Desde domingo, quando começou o Urs [ritual anual que assinala a morte de um santo sufi], os membros da Dargah Aala Hazrat têm feito circular um abaixo-assinado entre os fiéis, para estes assinarem e demonstrarem que estão contra o terrorismo. Cerca de 1,5 milhões de muçulmanos demonstraram o seu repúdio. Cerca de 70 mil clérigos de todo o mundo, que participaram no evento, aprovaram a fatwa“, disse Mufti Mohammed Saleem Noori, um dos clérigos que é responsável por esta fatwa.

Noori pediu ainda aos jornalistas que parassem de dizer que os grupos terroristas são “organizações islâmicas”.

“Está escrito no Corão que matar uma pessoa inocente é igual a matar a humanidade inteira”, sublinhou Mohammed Ehsan Raza Khan, o número dois daquele culto na Índia.

De igual forma, os clérigos declararam a sua oposição aos bombardeamentos feitos na Síria e disseram que as nações ocidentais têm de saber parar os terroristas sem provocar a morte a inocentes.

Uma fatwa é um decreto religioso que só pode ser declarado por clérigos, que tomam essa decisão tendo como base os princípios islâmicos. Ainda assim, uma fatwa não tem valor vinculatório, dada a ausência de uma autoridade ou personalidade comum entre os muçulmanos — uma figura como, por exemplo, os católicos têm no Vaticano e no Papa. Assim, em teoria, cabe a cada fiel decidir se adere ou não à fatwa.

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