A ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque é a escolhida de Passos Coelho e do líder parlamentar Luís Montenegro para ser a pivô do PSD no debate sobre o Programa de Estabilidade e o Plano Nacional de Reformas, que vai decorrer esta tarde no Parlamento, avança a edição online do semanário Expresso. Será a estreia da ex-ministra nos debates parlamentares, já que, desde que tomou posse como deputada na atual legislatura, tem-se mantido sentada na última fila e nunca fez nenhuma intervenção.

Esta quarta-feira prepara-se, assim, para questionar pela primeira vez o ministro das Finanças diretamente. Até aqui, aliás, a ex-ministra não só não tem questionado os governantes no Parlamento como tem sido ela a ser questionada pelos deputados. A atual dirigente do PSD tem estado desde o início da legislatura debaixo de fogo, tendo sido ouvida ora na comissão parlamentar de Ética, devido à sua nova função de administradora não executiva de uma empresa de gestão de créditos britânica, a Arrow Global, ora na comissão de inquérito ao Banif, onde tem sido questionada sobre o dossiê que teve em mãos até à mudança do executivo.

A escolha de Maria Luís Albuquerque para intervir no debate, que contará com a presença do ministro das Finanças, acontece pouco depois de, no início de abril, no congresso de Espinho, Pedro Passos Coelho a ter promovido a vice-presidente do partido — numa escolha que não agradou àqueles que preferiam sinais de renovação.

Não é comum, de resto, os ex-ministros intervirem em debates importantes sobre as áreas que tutelaram, nem tão pouco participarem nas comissões parlamentares dos seus setores. Quando tomou posse como deputada, Maria Luís Albuquerque não foi para a comissão de Orçamento e Finanças, optando antes por ocupar o lugar na comissão dos Assuntos Europeus.

O Parlamento debate esta quarta-feira, a partir das 15h, o Programa de Estabilidade do Governo, que contém o cenário macroeconómico e as previsões do executivo para os próximos quatro anos, e o Plano Nacional de Reformas que, menos detalhado em termos de números, incide sobre as reformas estruturais que o Governo se compromete a fazer no próximo ciclo político. Além de Maria Luís, também António Leitão Amaro vai intervir do lado da bancada do PSD. Na bancada do CDS, a única que apresentou um projeto de recomendação para sujeitar os documentos a votação, será o líder parlamentar Nuno Magalhães a tomar a palavra, assim como o ex-minstro do Trabalho e Segurança Social Luís Pedro Mota Soares e Cecília Meireles.

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