O presidente do Parlamento Europeu deu razão a Vítor Constâncio no diferendo com o Parlamento português, garantindo que o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) não tem de responder aos deputados nas questões colocadas ao abrigo da comissão de inquérito ao Banif, mas sim ao Parlamento Europeu. As perguntas, diz ao Expresso, também podem ser colocadas lá.
O vice-governador do Banco Europeu enviou uma carta esta semana ao Parlamento a justificar a razão pela qual não iria à comissão de inquérito, afirmando que os membros do Banco Central Europeu apenas estão sujeitos ao escrutínio do Parlamento Europeu.
O PSD, que mais tem exigido a sua audição na comissão, apresentou de seguida um requerimento a exigir que Vítor Constâncio a sua ida à comissão, ameaçando fazer uma participação ao Ministério Público caso o responsável se recuse.
No entanto, Martin Schulz, o responsável máximo do Parlamento Europeu, dá cobertura aos argumentos de Vítor Constâncio. À conversa com a correspondente da SIC/Expresso em Roma, o presidente do Parlamento Europeu diz que entende o argumento e que, “do ponto de vista formal, Vítor Constâncio está correto”.
Mesmo recusando-se a falar sobre o caso particular da audição sobre o Banif, o responsável lembrou que o vice-presidente pode responder às mesmas perguntas se elas forem colocadas no Parlamento Europeu, seja pelos eurodeputados portugueses ou de outras nacionalidades.