As Nações Unidas consideraram nesta segunda-feira que o respeito por direitos fundamentais como a liberdade de expressão e processos judiciais justos são cruciais para preservar a democracia na Turquia, quando as autoridades procedem a purgas após um fracassado golpe.
Mais de 7.500 pessoas, incluindo elevadas patentes militares, foram detidas e perto de 9.000 polícias, guardas e funcionários demitidos na sequência da tentativa de golpe de Estado na noite de sexta-feira para sábado para derrubar o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan.
“A ordem constitucional deve ser totalmente preservada em nome dos princípios da democracia e dos direitos fundamentais, incluindo o respeito total pela liberdade de expressão e de reunião e de processos em boa e devida forma”, afirmou Farhan Haq, porta-voz das Nações Unidas. “Estes elementos são cruciais para preservar a democracia da Turquia e a sua futura estabilidade”, acrescentou.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, tinha apelado na sexta-feira a um regresso rápido e pacífico ao poder civil na Turquia. “As Nações Unidas continuam a permanecer firmemente ao lado da Turquia e da sua democracia durante este momento difícil”, prosseguiu Haq. A ONU reafirmou a sua oposição à pena de morte, sublinhando que os países que a aboliram não deverão recuar nesta decisão.
Erdogan, o chefe de Estado islamita-conservador, evocou no domingo uma possível reintrodução da pena de morte após o golpe fracassado e dirigido por um grupo de militares. Ancara aboliu em definitivo a pena de morte em 2004, no âmbito da sua candidatura à União Europeia.