A Roménia deixou de ser a coutada de caça da Europa para os ursos, lobos e linces, depois de o Governo ter suspendido por pressão dos ecologistas o sistema de limites estabelecido pelas associações cinegéticas.

A inesperada decisão do Ministério do Meio Ambiente romeno foi adotada depois de 20.000 pessoas terem subscrito uma proposta na Internet, que protege agora 552 ursos, 657 lobos e 482 linces e felinos selvagens abrangidos pelos limites estabelecidos para 2016 e 2017 e que acabariam por ser abatidos.

A proibição de caçar estes animais despertou a oposição da população rural, que vê a caça como um meio para controlar os predadores perigosos, mas também do setor da caça, que atualmente se converteu numa indústria em todo o país.

Na década passada, a caça transformou-se num negócio multimilionário com caçadores provenientes de todo o mundo dispostos a pagar 10.000 euros por um troféu maior, que pode ser, nomeadamente, uma cabeça de um animal que é guardado como recordação.

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A caça transformou-se num negócio na Roménia devido a uma falha na legislação europeia, que permite abater animais protegidos, como é o caso dos grandes carnívoros, se constituírem um perigo para os seres humanos.

Desde a entrada na União Europeia, em 2007, até 2015, foram abatidos 2.374 ursos, 1.586 lobos e 898 linces e felinos selvagens com os limites à sua caça, que estava até agora em vigor.

As estimativas oficiais apontam para que na Roménia hajam cerca de 6.000 ursos e 4.000 lobos, apesar das organizações ecologistas denunciarem que esses números são exagerados e que na realidade a população de grandes carnívoros é muito menor.