Park Geun-Hye disse que quer deixar o cargo antes do fim do mandato, em 2018, e pediu ao parlamento para preparar a transição. “Quando os deputados tiverem determinado as condições para uma passagem de poder que minimize qualquer vazio de poder e o caos na governação, eu saio”, disse, numa declaração país transmitida pela televisão. “Deixarei a questão da minha saída, incluindo a redução do meu mandato, a uma decisão da Assembleia Nacional”, afirmou.
Park Geun-Hye foi envolvida pelo Ministério Público do país num caso de tráfico de influências e fraude protagonizado por uma amiga sua e centenas de milhares de pessoas saíram às ruas nos últimos cinco fins de semana para pedir a demissão da Presidente, naquelas que são já as maiores manifestações na Coreia do Sul desde os protestos pró-democracia da década de 1980.
A indignação, incluindo de membros do próprio partido da Presidente, tem por base a ideia de que Park foi manietada durante o seu mandato por uma amiga, Choi Soon-sil, acusada de corrupção e tráfico de influências.
A Procuradoria da Coreia do Sul revelou que a Presidente teve um papel “considerável” no escândalo e acusou formalmente Choi Soon-sil e dois antigos assessores presidenciais, indicando que Park cooperou com a amiga e os outros dois ex-colaboradores, que são suspeitos de terem pressionado mais de 50 empresas do país a doar 65,7 milhões de dólares (62 milhões de euros) a duas fundações.
Na quinta-feira, a principal força da oposição da Coreia do Sul, o Partido Democrático, anunciou que vai apresentar, no início de dezembro, uma moção parlamentar para acionar o processo de destituição de Park Geun-hye.
O escândalo “Choi Soon-sil Gate” reduziu a taxa de aprovação da Presidente a 5%, o valor mais baixo alguma vez alcançado por um chefe de Estado na Coreia do Sul desde que o país alcançou a democracia no final da década de 1980. O mandato da Presidente termina dentro de 15 meses.
Caso Park se demita antes, a lei obriga a eleições no prazo de 60 dias.