O governador do Estado do Espírito Santo, região sudeste do Brasil, Paulo Hartung, classificou, esta quarta-feira, como “chantagem” a greve dos polícias, que desde a semana passada não efetuam patrulhas.

O que está acontecendo no Espírito Santo é chantagem aberta. Isso é a mesma coisa que sequestrar a liberdade e o direito do cidadão e cobrar resgate. Não pode pagar resgate nem pelo aspeto ético nem pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal”, disse o governador em entrevista à imprensa brasileira citada pela Agência Brasil.

Paulo Hartung está de licença por causa de uma cirurgia, mas deve reassumir o cargo na próxima semana. Até ao seu regresso, é substituído no cargo pelo vice-governador César Colnago.

Na entrevista, Hartung pediu aos polícias que voltem a patrulhar as ruas: “Respeitem a sua instituição, o estado do Espírito Santo, o cidadão. Quem paga essa conta é o cidadão, quem está mantendo o salário dos profissionais de segurança em dia.”

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Já o governador em exercício, César Colnago, anunciou no mesmo encontro com a imprensa que vai pedir o envio de mais militares para patrulhar as ruas de Vitória, capital do Espírito Santo, e outros municípios.

Desde o último final de semana, o Estado atravessa uma onda de violência. Saques a lojas e assaltos foram registados em larga escala em diversas cidades.

O Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol) informou esta quarta-feira que foram registados pelo menos 87 homicídios no Estado desde o início da greve.

Os agentes da polícia reivindicam aumentos salariais e melhoria nas condições de trabalho. Como por lei eles não podem organizar greves, são as suas famílias que estão na frente dos quartéis e esquadras, impedindo-lhes a saída para patrulhar as ruas.