Três altos responsáveis pela supervisão do Banco de Espanha demitiram-se esta segunda-feira depois de saberem que estavam a ser investigados pela justiça espanhola por causa da dispersão em bolsa do Bankia, uma das das principais instituições bancárias do país.

As três baixas incluem o diretor-geral de supervisão, Pedro Comín Rodrigues, o diretor-geral adjunto e o diretor do departamento de inspeção. A demissão foi anunciada horas depois do juiz que investiga o caso ter comunicado que os três altos quadros do supervisor bancário estavam a ser investigados — eram arguidos. Mas há mais implicados.

Segundo a imprensa espanhola, a investigação envolve ainda o ex-governador do Banco de Espanha, Miguel Ángel Fernández Ordoñez, o antigo presidente do supervisor do mercado, a CNMV (Comisión Nacional del Mercado de Valores), Julio Segura, e o seu antigo número dois, Fernando Restoy, que foi até ao início deste ano vice-governador do Banco de Espanha.

A Audiência Nacional (a Procuradoria-Geral espanhola) está a investigar a venda em bolsa da Bankia, um banco que foi criado a partir da fusão de várias cajas (caixas regionais) na viragem da década passada quando a crise atingiu a economia espanhola e, em particular, os bancos mais expostos ao imobiliário. Esta operação na bolsa realizou-se em 2011, apesar dos avisos da equipa de inspeção do Banco de Espanha de que a entidade era inviável e de que não deveria ser autorizada uma dispersão em bolsa, porque traria grandes prejuízos para os acionistas, obrigacionistas e contribuintes. A estimativa de perdas, segundo o El Espanhol, é da ordem dos 15 mil milhões de euros.

Em 2012, a banca espanhola recebeu um resgate internacional da ordem dos 40 mil milhões de euros e a Bankia foi uma das instituições que teve de ser intervencionada com fundos públicos. provocando na altura a demissão do presidente, Rodrigo Rato.

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