O antigo líder do PSD Marques Mendes considerou este domingo que a nota de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o ministro das Finanças “mata politicamente Mário Centeno“. No seu espaço de comentário semanal na SIC, o conselheiro de Estado recomenda o Presidente a que “não diga mais uma palavra sobre o assunto“.

Marques Mendes acredita que nesta “novela CGD” o ex-presidente do banco público é “um elemento vital” e acredita que “está nas mãos de António Domingues o futuro de Mário Centeno: se revelar os SMS, Centeno pode estar em risco.” O antigo líder social-democrata vê em Domingues uma “vontadezinha de se vingar”, acreditando que o antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos “está mortinho por divulgar os SMS”.

O comentador televisivo diz que “já toda a gente percebeu que Centeno fez um acordo com Domingues”, mas o “maior erro [do ministro] foi não ir até ao fim e explicar tudo isto”. E deixa o aviso: “Quanto mais tarde explicar, pior para ele”. Marques Mendes diz ainda que o primeiro-ministro António Costa tem feito uma “gestão desastrosa” do assunto e define esta como “a maior crise do Governo desde que está em funções.”

Quanto a PSD e CDS, Mendes acredita que “a oposição não vai ganhar um voto com isto [caso CGD]”, mas considera normal o tipo de intervenções: “Se o PS estivesse na oposição fazia exatamente o mesmo.” O ex-líder do PSD considera que seria “preferível” uma só comissão de inquérito sobre a CGD, mas não critica a existência de duas já que “o importante é que tudo seja esclarecido.”

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O ex-líder do PSD falou ainda sobre o novo livro de Cavaco Silva, “Quinta-feira e outros dias“, considerando que “tem José Sócrates a mais”. Marques Mendes cita ainda um artigo de Rui Ramos no Observador, subscrevendo que “os primeiros cinco anos de mandato foram maus para o país, mas, se não fosse Cavaco Silva, teria sido muito pior.” O comentador acredita que com “OTA, TGV, se não fosse Cavaco Silva a moderar as loucuras e as megalomanias de José Sócrates teria sido muito pior.”

Marques Mendes deu ainda detalhes sobre as negociações da norte-americana Lone Star para a compra do Novo Banco:

  • A Lone Star ficar apenas 65% do capital;
  • 25% do capital ficar nas mãos do Fundo de Resolução (ou diretamente do Estado, se Bruxelas não aceitar);
  • 10% de capital nas mãos de empresas portuguesas (que a Lone Star já andará a contactar);
  • 1000 milhões de euros no imediato para aumentar o capital do banco (contra 750 milhões da anterior proposta;
  • O impedimento de venda do banco durante 3 anos.

O comentador elogia a proposta no sentido que o Governo conseguiria manter a promessa de conseguir vender o banco sem custos para os contribuintes.