O governo sueco decidiu voltar a impor o serviço militar obrigatório, uma medida apoiada pela maioria dos deputados face à grande preocupação com as tensões crescentes nos Países Bálticos. Já a partir de janeiro do próximo ano, cerca de 13 mil jovens que nasceram no ano de 1999, dos sexos feminino e masculino, irão ser chamados para uma avaliação militar. Desse número, apenas quatro mil irão ser selecionados para a recruta, segundo declarações de Marinette Radebo, porta-voz do Ministério da Defesa à BBC.

A ilegal anexação russa da Crimeia [em 2014], o conflito com a Ucrânia e o aumento da atividade militar dos nossos países vizinhos foram algumas das razões que levaram a esta decisão”, admitiu Radebo.

A porta-voz do Ministério da Defesa explicou ainda que a seleção dos jovens vai ser feita de forma igual tanto para os homens, como para as mulheres, de uma forma justa. “As autoridades vão escolher aqueles que demonstram estar mais interessados e motivados”, salientou. Já a recruta, inspirada naquela que é feita na Noruega, vai ter a duração de nove meses a um ano e tem como objetivo de encorajá-los a tornarem-se militares profissionais ou, mais tarde, a juntarem-se às reservas.

Se queremos ter unidades militares completas e treinados, o sistema tem de ser complementado pelo serviço militar obrigatório”, revelou Peter Hultqvist, ministro da Defesa sueco, em declarações à Sveriges Television, citadas pela BBC.

A Suécia conta agora com cerca de 52 mil militares que trabalham a tempo inteiro e 20 mil permanentes, de acordo com um estudo levado a cabo por Barbara Kunz, do Centro de Estudos de Segurança e Defesa da Suécia.

A maioria dos 28 estados membros da União Europeia decidiu abolir o serviço militar obrigatório. Apenas na Grécia, Chipre, Dinamarca, Estónia, Lituânia e Finlândia fazem recrutamento obrigatório, embora com condições e tempos de duração diferentes.

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