A frota baleeira do Japão matou mais de 300 baleias durante uma das expedições anuais de caça na Antártida, conta o The Guardian. A missão, que começou em novembro do ano passado e acabou esta sexta-feira, contou com a participação de cinco navios e teve como objetivo estudar o ecossistema do Oceano Antártico e a população de baleias que lá se encontra, segundo um comunicado disponibilizado pela Agência de Pescas japonesa, citado por aquele jornal.

No entanto, a expedição não foi bem vista pelos ambientalistas nem pelo Tribunal Internacional de Justiça, que afirmaram que o único grande propósito da iniciativa era matar os mamíferos para poderem vir a ser servidos como refeição. A associação de proteção dos animais Humane Society International chegou-se à frente e pediu fim à atividade baleeira.

Todos os anos o Japão insiste nestas caças científicas às baleias e cada vez são mais os anos em que estes maravilhosos animais são sacrificados. É uma crueldade obscena em nome da ciência que tem de acabar”, admitiu Kitty Block, vice-presidente da Humane Society International.

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Apesar da frota baleeira de Tóquio nunca ter escondido que a carne das baleias acaba a ser servida em restaurantes e até em escolas, admitiu também que as expedições se realizam, em grande parte, para se conseguir provar que a população de baleias naquelas águas é suficientemente grande para sustentar a caça comercial.

Já no ano passado, o Japão matou cerca de 330 baleias, incluindo 200 fêmeas que estariam à espera de crias, no Oceano Antártico durante uma missão que durou 115 dias.

O Tribunal Internacional de Justiça da ONU impôs uma moratória à caça comercial das baleias desde 1986. O Japão foi um dos países que se comprometeu a acabar com as capturas de longa data mas, até hoje, continua a investir na iniciativa e a matar centenas de baleias todos os anos.