As trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa subiram 43,3% até março, em termos anuais homólogos, atingindo 23,9 mil milhões de dólares (21,5 mil milhões de euros), indicam dados oficiais.
Dados dos Serviços de Alfândega chineses, publicados na terça-feira no portal do Fórum Macau, indicam que a China comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 16,89 mil milhões de dólares (15,19 mil milhões de euros), ou mais 55,2%.
A China vendeu produtos no valor de 7,07 mil milhões dólares (6,36 mil milhões de euros), mais 21,09% comparativamente aos primeiros três meses do ano passado, de acordo com os mesmos dados.
O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 16,77 mil milhões de dólares (15,08 mil milhões de euros), valor que traduz um aumento de 44,6% em termos anuais homólogos.
As exportações da China para o Brasil atingiram 5,62 mil milhões de dólares (5,05 mil milhões de euros), refletindo uma subida de 32,4%, enquanto as importações chinesas totalizaram 11,1 mil milhões de dólares (9,98 mil milhões de euros), mais 51,6% face aos primeiros três meses de 2016.
Com Angola — o segundo parceiro chinês no universo da lusofonia — as trocas comerciais cresceram 61,3%, atingindo 5,55 mil milhões de dólares (4,9 mil milhões de euros).
Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 412,2 milhões de dólares (370,6 milhões de euros), mais 19,28%, e comprou mercadorias avaliadas em 5,14 mil milhões de dólares (4,62 mil milhões de euros), ou seja, mais 66,01%.
Já com Portugal, terceiro parceiro da China entre os países de língua portuguesa, o comércio bilateral cifrou-se em 1,16 mil milhões de dólares (1,04 mil milhões de euros), menos 5,79%.
Trata-se de uma balança comercial favorável a Pequim que vendeu a Lisboa bens na ordem de 719,6 milhões de dólares (647,4 milhões de euros), menos 23,51%, e comprou produtos avaliados em 445,9 milhões de dólares (401,1 milhões de euros), mais 50,4% em termos anuais homólogos.
A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que reúne a nível ministerial de três em três anos.
São Tomé e Príncipe passou a fazer parte do Fórum Macau no final de março, após a China ter anunciado o restabelecimento dos laços diplomáticos com São Tomé e Príncipe, o que sucedeu dias depois de o país africano ter cortado relações com Taiwan e reconhecido a República Popular da China.