Cerca de 18 mil novas espécies foram descobertas no ano de 2016 e, pelo décimo ano consecutivo, um grupo de cientistas mostra-nos as mais importantes. O grupo de cientistas, coordenado por Quentin D. Wheeler, do International Institute of Species Exploration (IISE), escolheu o top 10 das novas espécies agora descobertas r. A lista foi divulgada esta segunda-feira em jeito de celebração do aniversário de Carlos Linneo, botânico sueco do século XVIII, considerado o pai da taxonomia moderna.
“É preciso lembrar a crise da biodiversidade que vivemos e que faz com que as espécies se extingam sem termos tempo de as descobrir”, disse Quentin D. Wheeler.
Eis então as 10 mais importantes das 18 mil novas espécies descobertas no ano passado
Eriovixia gryffindor: a aranha com chapéu de Harry Potter
Índia
O nome desta aranha foi inspirado no chapéu do feiticeiro Godric Gryffindor, uma das personagens da saga de Harry Potter, criada por J. K. Rolling. Apenas foi encontrado um exemplar do aracnídeo, uma fêmea, que não tem mais do que dois milímetros de comprimento. As formas e cores servem para se camuflar entre as folhas secas do chão da floresta.
Gracilimus radix: o rato que se distingue dos parentes por ser omnívoro
Indonésia
Este rato deve o seu nome ao facto de se alimentar de raízes, ao contrário dos restantes membros da família que mantêm uma alimentação exclusivamente carnívora. O animal cinzento acastanhado, com orelhas arredondadas e pelo curto, está estreitamente relacionado com o rato de água da ilha de Sulawesi, na Indonésia.
Illacme tobini: 414 patas e nem um olho
Califórnia (EUA)
Descoberto numa cave do Parque Nacional das Sequoias, este milípede tem cerca de 414 patas mas, à medida que envelhece, vai ganhando novos segmentos corporais e mais patas. A espécie vive em pequenas fissuras do solo e distingue-se, também, por não ter olhos.
Pheidole drogon: a formiga-dragão de Game of Thrones
Papua-Nova Guiné
Com costas espinhosas, tal como um dragão, esta formiga fez os cientistas lembrar de Drogon, o dragão preto de “Game of Thrones”, do novelista George R. R. Martin. A formiga usa a sua cabeça e mandíbulas para esmagar as sementes das quais se alimenta.
Eulophophyllum kirki: o gafanhoto que é um ás da camuflagem
Malásia
Se há gafanhoto perito na arte da camuflagem, é este. O exemplar mostrado na imagem é uma fêmea, que aproveita a sua cor e o seu mimetismo (o seu corpo parece uma folha) para se esconder no meio envolvente. O inseto foi batizado em homenagem a Peter Kirk, que fotografou o único exemplar da espécie. O gafanhoto de 4 centímetros foi descoberto por exploradores que tentavam encontrar cobras e tarântulas no Bornéu, Malásia.
Scolopendra cataracta: esta centopeia sabe nadar, yeah
Laos, Tailândia e Vietname
É uma centopeia negra, com 20 pares de patas e que pode atingir os 20 centímetros de comprimento. A primeira vez que foi observada debaixo de uma rocha, escapou por um riacho e começou a nadar na água. É a primeira centopeia que se consegue deslocar igualmente em água ou terra.
Solanum ossicruentum: a planta que sangra
Austrália
Este arbusto foi batizado por crianças do 7º ano de escolaridade e quer dizer “osso sangrento”. Isto porque os frutos deste arbusto são duros, como se fossem ossos e, ao cortá-los, a planta parece sangrar. Os botânicos conhecem a espécie desde há 50 anos mas, erradamente, era considerada uma variação da espécie Solanum dioicum, explica a Wilder.
Telipogon diabolicus: a orquídea com cara de Diabo
Colômbia
Criticamente em perigo, esta planta é uma espécie de orquídea, que faz lembrar a cabeça de um diabo. A estrutura reprodutiva é uma fusão da flor masculina e feminina.
Potamotrygon rex: as raias de água doce que só existem num rio
Brasil
É uma raia de água doce, castanha escura e com manchas amarelas e alaranjadas. Alguns exemplares podem pesar perto de 20 quilos e só existem num lugar do planeta: no rio Tocantins, no Brasil.
Xenoturbella churro: um verme sem olhos, cérebro ou ânus
Golfo da Califórnia e México
As zonas mais profundas dos oceanos são habitats de muitas criaturas estranhas. Este verme marinho mede cerca 10 centímetros e alimenta-se de molusculos. A mais de 1700 metros de profundidade habita o verme arosado que tem boca mas não tem olhos, cérebro ou anûs.
Desde que a primeira lista foi lançada, em 2008, já se descobriu e batizou mais de 200 mil espécies.