O secretário-geral da CGTP disse esta sexta-feira que as manifestações deste sábado servirão para exigir a valorização do trabalho, considerando que o Governo começa a estar acomodado e é necessário que os trabalhadores lutem pelos seus direitos.
“Amanhã [sábado] estaremos juntos na rua para exigirmos a valorização do trabalho, dos trabalhadores e das trabalhadoras, porque têm de ser a referência de qualquer política de progresso e justiça social que se implemente no país”, afirmou Arménio Carlos, em Lisboa, no encerramento da 7.ª conferência Nacional da Comissão de Igualdade Mulheres e Homens, da CGTP-IN.
Segundo o dirigente sindical, começa a haver o “sentimento de que o Governo está a ficar acomodado ao poder”, perante dados estatísticos favoráveis sobre a economia e sondagens positivas para o PS, e que “perde força para responder aos trabalhadores”.
É contra isso que, explicou, se vão realizar as manifestações deste sábado em Lisboa e no Porto, uma vez que os trabalhadores conseguiram melhorias na sua vida com este Executivo, mas ainda persiste “a legislação laboral da ‘troika’, precariedade e 23% dos trabalhadores [730 mil] com salário mínimo nacional”.
Arménio Carlos considerou que o “diálogo é bonito, é interessante” e que a CGTP gosta de dialogar com o Governo, mas que é preciso que daí “saiam resultados”, como subidas de salários, desde logo para os funcionários da administração pública, alvo de cortes e congelamento de carreiras nos últimos anos. “[As manifestações] não são para botar abaixo, é para dizer que o Governo tem de dar resposta aos problemas”, vincou.
Arménio Carlos referiu ainda a questão da caducidade dos contratos coletivos de trabalho, considerando que se nota que o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, “não está muito disposto” a revogar essa norma, apesar de ter prolongado até meados do próximo ano a suspensão dos pedidos de aviso de caducidade solicitados pelas entidades patronais (nos contratos desde 2003).
A CGTP vai realizar este sábado duas manifestações, em Lisboa e no Porto, inseridas no Dia Nacional de Luta e com o lema “Unidos pela valorização do trabalho e dos trabalhadores”. As manifestações arrancam às 15h00 (hora local) no Marquês de Pombal, no caso de Lisboa, e na praça Campo 24 de Agosto, no Porto.