Uma rapariga de cinco anos montou, na passada quinta-feira, uma pequena barraca em Mile End, no leste de Londres, Inglaterra, com o objetivo de vender limonada caseira às pessoas que lá passavam e que se dirigiam para o Festival Lovebox. Porém, por não ter licença de venda, acabou por ser multada em 150 libras, aproximadamente 171 euros, conforme estão a noticiar vários órgãos de comunicação britânicos.

A criança foi acusada, por um oficial da autoridade de Mile End, de vender sem licença, segundo o que disse o seu pai, Andre Spicer. No aviso de multa emitido, eram exigidos 150 libras ou, caso a família estivesse disposta a pagar prontamente, a quantia descia para as 90 libras, o equivalente a 100 euros.

Ela estava muito perturbada, tivemos de assistir diversas vezes ao filme Brave para que ela se acalmasse”, disse o pai citado pelo The Guardian.

Spicer, um professor da Cass Business School da City University, em Londres, disse que a sua filha tinha pensando em vender brinquedos, comida ou roupa, até que finalmente decidiu vender limonada.

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Era uma maneira de se entreter durante um dia de verão. Nós arranjámos uma barraquinha e as pessoas começaram a comprar-lhe as bebidas. Ela estava muito orgulhosa de si mesma”, afirmou o pai, citado pela BBC.

Porém, meia hora depois de terem começado as vendas e de já terem sido comprados 50 copos, um agente da autoridade aproximou-se deles e entregou-lhes uma multa que afirmou ter de ser paga num prazo máximo de 14 dias, caso quisessem evitar uma pena maior.

O pai afirmou ter ficado chocado com a situação, afirmando que a distinção entre a barraquinha da sua filha e um comerciante de rua ilegal deveria vir do bom senso das pessoas.

Spicer escreveu um tweet ao conselho da Tower Hamlets, depois de perceber que esta situação exigia uma reflexão mais profunda, já que “havia questões mais amplas em jogo, incluindo a forma como a sociedade trata as crianças”.

A multa acabou por ser anulada e o conselho da Tower Hamlets acabou por emitir um pedido de desculpas à família.

Mas o professor académico não se ficou por aqui e escreveu um artigo para o The Telegraph e para o The Guardian, afirmando que era seu dever tirar partido da sua posição privilegiada para lutar por aquilo que defende.