Portugal é um “bicho raro” na zona euro, escreve uma jornalista do Financial Times num espaço de comentário do jornal: “há um governo socialista a fazer consolidação orçamental e com a popularidade a subir”. Dias depois da decisão da S&P de retirar o rating de lixo, Portugal é apresentado como “a história de sucesso socialista da zona euro”. Mas a jornalista Mehreen Khan analisa as razões por trás da “inversão das sortes” de Portugal e diz que se “alinharam as estrelas na economia global mesmo na altura em que o PS assumiu o poder”.

“Talvez o fator mais importante por trás da inversão das sortes de Portugal é a melhoria das perspetivas económicas na zona euro e a nível global, este ano”, assinala a jornalista do diário financeiro mais lido pelos investidores e empresários europeus.

“A prestação das exportações melhorou, o investimento está a subir e a aceleração do crescimento ajudou a estreitar o buraco negro orçamental de Portugal para o mais baixo em mais de duas décadas”, descreve a jornalista, acrescentando que “os socialistas estão, também, a colher os frutos das reformas dolorosas que o anterior governo, de centro-direita, fez no mercado de trabalho”.

António Costa também tem mérito, porque ajudou a “limpar um sistema bancário com problemas” e, apesar dos aumentos salariais, “prometeu que vai manter o rumo da consolidação das contas públicas”. O governo socialista tem a “sorte de não ter sido manchado pelas políticas impopulares do governo que geriu o país durante a crise — e as estrelas na economia global alinharam-se mesmo na altura em que o PS assumiu o poder”, aponta Mehreen Khan.

“O timing é tudo”, sublinha a jornalista.

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