Pedro Santos Guerreiro garante que o relatório dos serviços de informações militares sobre o roubo em Tancos existe e que o Expresso irá publicar em breve “muito mais informação”, contrariando assim a versão do Governo de que tudo não passa de uma invenção com “objetivos políticos”.

No sábado, o semanário divulgou um relatório dos serviços de informações militares enviado para a Polícia Judiciária (PJ) e para o Serviço de Informações de Segurança (SIS) com três cenários “muito prováveis” para o que aconteceu em Tancos (entre os quais se inclui o tráfico de armas para África). O documento tornado público pelo Expresso tece também fortes críticas à atuação de governantes e outros responsáveis, nomeadamente ao ministro da Defesa, Azeredo Lopes, e ao Chefe de Estado-Maior do Exército, o general Rovisco Duarte. A forma como o ministro reagiu ao furto foi classificado pelos serviços secretos como “improducente” e revelador de uma “arrogância quase cínica”.

Tancos. Relatório de militares diz que ministro da Defesa agiu com “ligeireza, quase imprudente”

Azeredo Lopes reagiu no domingo à notícia do semanário, insinuando que o documento do Expresso tinha sido fabricado com claros “objetivos políticos”. “Hoje, sabemos que não há nenhum relatório que tenha sido produzido pelos serviços de informações, quaisquer que eles sejam. E é importante saber quem foi, com que motivação foi fabricado esse documento, falsamente atribuído aos serviços de informações”, disse à Agência Lusa. Uma posição que foi reiterada por outros membros do Governo, incluindo por António Costa, que afirmou, ainda no sábado, não ter conhecimento de qualquer relatório.

Contudo, o diretor do Expresso assegura que o relatório existe e que continuará a ser divulgado pelo jornal. “O Expresso vai publicar muito mais informação não só sobre este relatório, mas sobre a investigação que está em curso”, salientou à rádio Renascença. “Vamos fazê-lo, obviamente, em primeira mão junto dos nossos leitores esta semana.”

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