O chefe dos Mossos d’Esquadra, Josep Lluís Trapero, emitiu um documento interno onde dita as normas de procedimento para o referendo de 1 de outubro, dando ordens para que sejam fechadas todas os centros de votação às seis da manhã e também para que não seja usada violência em casos de “resistência pacífica”. “O nosso prestígio como corpo policial depende da nossa atuação no 1 de outubro”, sublinha o líder da polícia catalã.
“Em nenhum caso se poderá fazer a defesa através de extensíveis outros elementos de natureza semelhante”, lê-se no documento, a que o La Vanguardia teve acesso. “Só será aberta uma exceção em caso de agressões a terceiros ou à própria polícia que obriguem a repelir, em todo o caso, apenas as pessoas que estejam a provocar as ditas agressões e nunca de maneira generalizada.”
Josep Lluís Trapero pede aos polícias catalães que “tenham em conta quais as consequências de uma possível intervenção policial, evitando um mal maior”, chamando a atenção para a possibilidade de haver menores e idosos no local.
Os polícias catalães foram instruídos para estarem às 6h00 nas assembleias de voto que tenham sede em edifícios públicos. Lá chegados, têm ordem para identificar todos os presentes e para depois retirá-los do local de voto. Caso não seja possível retirar as pessoas de dentro do edifício, deve ser feita uma linha policial à entrada, impedindo a entrada a mais pessoas mas permitindo a saída àqueles que desejarem retirar-se daquele lugar.
Também devem ser apreendidos todos os materiais “diretamente relacionados com a preparação do referendo”, como boletins de voto, listas de recenseamento e urnas. Se as pessoas que estiverem dentro da assembleia de voto resistirem de forma “passiva”, o uso da força “não poderá ir além do acompanhamento de pessoas até ao exterior do centro de voto”. Também poderá ser usada a força para abrir um “caminho que permita a polícia aceder” ao local de voto.
Assim que o local estiver esvaziado, os Mossos d’Esquadra são chamados a trancar o edifício. Se necessário, podem pedir reforços, nomeadamente à polícia de intervenção.
Sobre o facto de estarem em Barcelona cerca de 12 mil guardas civis vindos de diferentes partes de Espanha, Josep Lluís Trapero refere que “os Mossos só obedecem a ordens dos Mossos”.