A fase Charlie — a mais crítica de incêndios florestais — terminou a 30 de setembro, começando a fase Delta no dia seguinte. Tal não impediu os incêndios que deflagraram este domingo na zona Centro e Norte do país. Até ao momento, morreram 41 pessoas nos últimos dois dias — entre elas, um bebé de um mês –, nos fogos que deflagraram. Um dos dias foi mesmo considerado “o pior dia do ano de incêndios”, devido ao número recorde de ocorrências.
Só não foi o pior dia no que diz respeito a vítimas. O número de mortos no incêndio de Pedrógão Grande em julho é aquele que vai ficar associado ao verão de 2017: 64 mortos. Houve ainda uma mulher que morreu atropelada ao tentar fugir das chamas, mas não foi incluída na lista oficial de mortes.
Antes dos incêndios deste domingo, entre 2000 e 2017, tinham morrido 165 pessoas, de acordo com o relatório da comissão técnica independente que analisou os incêndios na zona centro, em junho. Com a nova contabilização, nos últimos 17 anos, já morreram 208 pessoas.
Pedrógão Grande. Os melhores trabalhos da tragédia que matou 64 pessoas
Só estes incêndios atingem os 99 mortos. Mas este número não se fica por aqui. Ainda este mês um homem de 73 anos foi encontrado morto na zona onde deflagrou um incêndio na freguesia de Santo Estevão e Moita, no concelho do Sabugal. O homem foi encontrado morto por uma patrulha num local para onde se tinha dirigido com um trator.
No final de agosto, um piloto morreu carbonizado, quando o helicóptero de combate ao fogo que pilotava caiu em Cabril, no concelho de Castro Daire, durante o combate ao incêndio na localidade de Grijó. O helicóptero caiu no momento em que ia carregar água, mas entrou em contacto com cabos de alta tensão, entrou em combustão e caiu.