Os portugueses preferem Santana Lopes a Rui Rio como primeiro-ministro, embora ambos fiquem muito longe de atingir os valores de António Costa. Esta é a conclusão de uma sondagem da Eurosondagem — encomendada pela candidatura de Santana Lopes e à qual o Observador teve acesso — que demonstra que, numa disputa com Costa, Santana Lopes teria 27,5% das preferências e Rui Rio 25%. É por pouco. Uma diferença de 2,5 pontos percentuais (a favor de Santana) que resulta num empate técnico, já que a margem de erro da amostra é de 3,09%.
A pergunta feita aos 1003 inquiridos foi muito clara: “Quem prefere para primeiro ministro?” Entre António Costa e Santana Lopes, 52,5% disseram que preferiam o socialista, 27,5% que preferiam o antigo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e 20% disseram que não saberiam em quem votar ou que se recusavam a responder.
A mesma questão foi colocada entre António Costa e Rui Rio. O atual primeiro-ministro reuniu, nesse caso, 52% das preferências contra 25% de o ex-autarca do Porto, havendo 23% dos inquiridos que não saberiam em quem votar ou que se recusaram a responder.
De acordo com a mesma sondagem encomendada pela candidatura de Santana Lopes, Santana ganha a Rui Rio junto do eleitorado masculino, mas a diferença é mais evidente junto do feminino. Santana consegue 29,4% do eleitorado feminino (contra 49,1% de Costa), enquanto Rui Rio se fica pelos 24,2% (neste caso, contra 50,7% de Costa). Nenhum faz mossa ao atual primeiro-ministro.
Nas três faixas etárias definidas (18-30; 31-59; +60), Santana volta a vencer Rio em todas, mas essa vitória é mais evidente entre jovens e maiores de 60. Na faixa etária entre os 31 e os 59 anos, a diferença é mínima, de apenas 0,4 pontos percentuais: 26,7% preferem Santana como primeiro-ministro e 26,3% escolheriam Rio. Naqueles com mais de 60 anos, a diferença já é maior a favor de Santana Lopes: o antigo provedor tem a preferência de 28,3% dos inquiridos desta faixa etária, contra apenas 23,7% que preferem Rui Rio. Nos jovens entre os 18 e os 30 anos, Santana consegue 28,3% das preferências contra 23,9% de Rio.
Esta sondagem da Eurosondagem está muito distante da realizada pela Aximage para o Correio da Manhã a 22 de outubro — que tinha moldes diferentes, já que comparava apenas os dois candidatos à liderança do PSD. A sondagem da Aximage apontava que 64,3% dos inquiridos preferiam Rui Rio como primeiro-ministro contra apenas 21,1% que preferiam Santana Lopes. A mesma sondagem dizia que 67,5% preferiam Rio como presidente do PSD (contra 23,9% de Santana) e ainda que o ex-autarca do Porto era o “melhor para combater Costa” (66,7% contra 27%).
Existe também uma sondagem do Expresso que dava empate técnico entre Rio e Santana, mas a pergunta era quem os portugueses preferiam para presidente do PSD: o ex-autarca do Porto reunia 44,2% das preferências e o ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa 43,3% dos inquiridos.
A sondagem da Aximage tem sido utilizada por Rui Rio como trunfo na campanha eleitoral do PSD para passar a imagem aos militantes de que o país o prefere em comparação com Santana. Agora, com a sondagem pedida à Eurosondagem, a campanha de Santana quer demonstrar que ambos estão praticamente empatados nas preferências dos portugueses. Pretendem, assim, desmontar a ideia de que o país prefere Rio. Embora tenha encomendado (e pago) a sondagem, a campanha de Santana Lopes garante a total independência da mesma, tendo sido devidamente registada na Entidade Reguladora da Comunicação Social. A ficha técnica, assinada por Rui Oliveira e Costa, revela em que circunstâncias foi realizada.
Ficha Técnica
“Estudo de opinião efetuado pela Eurosondagem, S.A., nos dias 6,7 e 8 de novembro de 2017, e encomendado por Fernando Teixeira. Entrevistas telefónicas, realizadas por entrevistadores selecionados e supervisionados.
O Universo é a população com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental e habitando em lares com telefone da rede fixa. A amostra foi estratificada por Região (Norte — 20,4%; A.M. do Porto –14,8%; Centro — 27,9%; A.M. de Lisboa — 26,8%; Sul — 10,1%), num total de 1.003 entrevistas validadas. Foram efetuadas 1.172 tentativas de entrevista e, destas, 169 (14,4%) não aceitaram colaborar com o Estudo de Opinião.
A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado, em cada agregado familiar, o elemento que fez anos há menos tempo, e desta forma aleatória resultou, em termos de sexo, (Feminino — 51,5%; Masculino — 48,5%) e, no que concerne à faixa etária, (dos 18 aos 30 anos — 18,3%; dos 31 aos 59 — 49,7%; com 60 anos ou mais — 32,0%). O erro máximo da Amostra é de 3,09%, para um grau de probabilidade de 95,0%.
Um exemplar deste Estudo de Opinião está depositado na Entidade Regualdora para a Comunicação Social.”