Momentos-chave
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  • O liveblog chega agora ao fim. Mário Centeno foi eleito o novo líder do Eurogrupo, mas apenas à segunda volta, e afirma ser possível colocar a zona euro a crescer a um ritmo elevado se forem feitas “as reformas necessárias”. O português, que em Espanha é chamado de “Ronaldo das finanças”, vai tomar posse a 13 de janeiro. Depois disso, o ministro das Finanças alemão já o convidou para um encontro em Berlim, algo que confirma o “apoio alargado” que Jeroen Dijsselbloem admitiu nutrir por Centeno.

    Obrigada por nos ter acompanhado durante este dia. Até breve.

  • Centeno: é possível colocar a zona euro a crescer a um ritmo mais elevado

    Em entrevista à Bloomberg TV, Mário Centeno afirmou ser possível fazer com que a zona euro cresça a um ritmo mais acelerado e por um período mais prolongado se forem concretizadas “as reformas necessárias”. Considerou, igualmente, que o novo ciclo político que se abriu após a realização de eleições gerais em diversos países europeus, as mais importantes das quais na Alemanha, deve ser aproveitado para concretizar mudanças “ambiciosas”.

    Sobre objetivos para o mandato que inicia em janeiro próximo, o ministro das Finanças identificou a necessidade de reforçar o Mecanismo Europeu de Estabilidade e de prosseguir o processo de convergência das diferentes economias. “Todos os estados-membros têm de crescer a taxas mais elevadas”, disse Mário Centeno. A união orçamental poderá ser um dos próximos passos mas é uma meta mais difícil de atingir. “Temos de manter discussões mais profundas sobre esta matéria e ainda existe um longo caminho a percorrer”, declarou.

    Mário Centeno encara as novas funções que foi chamado a exercer como as de um “gerador de consensos” entre os membros da zona euro. “A minha opinião é importante, mas agora sou mais um ouvinte”, concluiu o ministro das Finanças.

  • PM: "Se não estivéssemos a ter bons resultados, o presidente do Eurogrupo não seria o ministro das Finanças de Portugal"

    O primeiro-ministro falou a partir de Marrocos, onde está numa visita oficial, e classificou este como “um momento importante para todos porque significa o reconhecimento da credibilidade internacional em Portugal numa área sensível. Está hoje virada a página“. António Costa não tem dúvidas: “Seguramente, se não estivéssemos a ter bons resultados, o presidente do Eurogrupo não seria o ministro das Finanças de Portugal”.

    Quanto às implicações que esta nova função (cumulativa) de Centeno possa ter internamente, o chefe do Governo desvaloriza e prefere apontar as vantagens que traz para o país dizendo que “permitirá ter um papel mais ativo e em melhores condições numa discussão crucial para o nosso futuro” — referindo-se à reforma da União Monetária— de “uma forma mais qualificada”.

    Também desvalorizou impactos futuros para a solução governativa em Portugal — onde as forças de esquerda que apoiam o Governo no Parlamento têm sempre defendido a rutura com os compromissos europeus –, dizendo que o Governo “tem uma trajetória orçamental definida até ao final da legislatura e seguramente não haverá aí surpresas. Vamos manter a orientação de políticas que temos tido“.

    António Costa falou com Mário Centeno ao telefone pouco antes destas declarações, transmitidas pelas televisões, e disse ter encontrado o ministro das Finanças “sereno”. E que “sempre que há um português reconhecido lá fora, há motivos para estar satisfeito com isso. Há limites para a nossa auto-flagelação. Sorrir. É uma boa notícia”, rematou o primeiro-ministro.

  • Bloco duvida que Centeno vá mudar natureza do Eurogrupo

    A líder parlamentar interina do BE disse esta segunda-feira que duvida que a eleição do ministro das Finanças português para a presidência do Eurogrupo altere a natureza da instituição e o poderio alemão.

    “A pergunta que os portugueses fazem é se será Mário Centeno, por ser português e pertencer ao PS, pode fazer a diferença nesta instituição que só tem representado ataques à democracia e mais austeridade. Entendemos que prevalece a natureza da instituição”, disse Mariana Mortágua, que falava aos jornalistas no Parlamento.

    A deputada bloquista comparou a situação com as atuações anteriores de portugueses como o social-democrata Durão Barroso, enquanto presidente da Comissão Europeia durante “o violentíssimo programa de austeridade” ou do socialista Vítor Constâncio, como vice-governador do Banco Central Europeu, tendo Portugal sido “obrigado a entregar o Banif ao Santander“.

    Não entendemos que a nacionalidade ou o partido seja critério. O critério é a natureza da instituição“, insistiu a parlamentar do BE, que considerou que “o problema não está na presidência do Eurogrupo, está no Eurogrupo, que é um grupo informal de ministros das Finanças que não estava previsto nos tratados, mas que concentra em si um enorme poder (…) e, muitas vezes, pondo em causa decisões democráticas” de outros países.

    Para Mariana Mortágua, o Eurogrupo tem sido “porta-voz de interesses alemães”, lembrando declarações do ainda líder do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, também socialista, e os seus comentários sobre países do sul, como Portugal, e alegados gastos excessivos em “vinho e mulheres”.

    “Em Portugal, [Mário Centeno] tem tido a sua ação muito condicionada pelos acordos celebrados à esquerda, nomeadamente com o BE, mas sabemos também que tem cumprido as metas impostas por Bruxelas, indo muitas vezes além, em detrimento de mais investimento nos serviços públicos, mais criação de emprego e crescimento económico”, avaliou.

    Porém, segundo a atual líder da bancada bloquista, o compromisso assumido com o PS, na posição conjunta assinada em novembro de 2015, “é para valer”, “com as medidas de recuperação de rendimentos” e “nada mudou”, apesar de o BE ir continuar a ser “crítico” da atuação dos socialistas perante as instituições europeias.

    Lusa

  • Governo: Eleição de Centeno "é sobretudo importante para o Eurogrupo"

    O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, foi o primeiro membro do Governo a vir falar desta eleição, apontando “uma grande vitória para Portugal, mas sobretudo para o Eurogrupo que precisa de formar, tão rapidamente quanto possível, um consenso. Porque todos temos de tomar decisões importantes no que diz respeito à conclusão da União Económica e Monetária e em tornar a moeda única uma moeda comum que favoreça o crescimento da economia e do emprego na Europa”.

  • Ferro sublinha eleição de Centeno "por uma das entidades que mais reservas demonstrou" face à alternativa política em Portugal

    O presidente da Assembleia da República viu com “satisfação” a eleição de Mário Centeno como presidente do Eurogrupo, “esperando que assim possa haver modificações na política do Eurogrupo e na relação com o euro”. E isto porque Ferro Rodrigues acredita que esta eleição “é muito importante, sobretudo depois da mudança profunda que houve na política económica e financeira em “Portugal nos últimos dois anos”.

    Também sublinha que esta eleição é feita por uma das entidades que mais reservas demonstrou a essa alternativa política”.

  • Presidente do Conselho Europeu "entusiasmado por trabalhar" com Centeno

    O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, também utilizou o Twitter para congratular publicamente Mário Centeno. “Estou entusiasmado por trabalhar com ele como novo presidente do Eurogrupo”, escreveu o polaco.

    Pouco depois, escreveu outro tweet, desta vez em português:

  • Centeno: Avisos do Eurogrupo não mudam nada na condução da política económica do Governo português

    O Eurogrupo deixou, com Mário Centeno já no palco como presidente eleito mas ainda não em funções, avisos a Portugal, Itália, França, Bélgica, Áustria e Eslovénia, convidando estes países a “considerar de forma atempada as medidas adicionais necessárias para responder aos riscos identificados pela Comissão e assim garantir que os orçamentos para 2018 cumprem as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento”.

    Mário Centeno foi questionado sobre os avisos do Eurogrupo e se estes mudam alguma coisa na condução da política económica pelo governo português, a resposta foi clara: “não, nada”.

    Segundo o ministro, a Comissão Europeia já deu indicação que espera que as suas previsões acabem por se alinhar com as do Governo, e demonstra toda a confiança do Governo que as metas serão cumpridas: “estamos em crer que a avaliação que fazemos do esforço estrutural e do esforço nominal vai ser cumprida”.

  • CDS atento à coerência do PS diz que desconforto é do BE e do PCP

    O deputado e porta-voz do CDS, João Almeida, reagiu à eleição de Centeno dizendo que o partido vai manter “a nível nacional” uma “oposição ao PS, ao seu Governo e, designadamente, às opções que tem tomado em matéria de finanças públicas”. Os centristas vão também avaliar com “muita atenção a coerência que existirá ou não entre aquilo que foi dito pelo PS nos últimos anos e aquilo que será agora o desempenho de Mário Centeno no Eurogrupo, relativamente ao euro.”

    Questionado sobre se a eleição não esvazia as críticas da oposição, João Almeida diz que essa questão “tem de ser feita a PCP e Bloco de Esquerda”. Isto porque são os partidos de esquerda que “apoiam um Governo que defende o contrário do que eles defendem, e apoiam um ministro das Finanças que faz o contrário do que eles querem e que agora até foi escolhido pela Europa que Bloco de Esquerda e PCP abominam, como arauto disso tudo“.

  • No facebook, o secretário de Estado da Inovação, Eurico Brilhante Dias, também marcou o momento: “É o nosso Mário. Competente. Educado. Determinado. Merece”.

  • Centeno: Eleição não compromete compromissos com o PCP e Bloco de Esquerda

    Já sobre a situação interna, Mário Centeno acredita que a sua eleição para presidente do Eurogrupo nada irá mudar na relação com os partidos mais à esquerda, essenciais para o atual modelo dessa governação.

    “Temos um conjunto de compromissos políticos em Portugal que não são, de todo, colocados em causa com esta eleição”, disse.

  • Questionado sobre a responsabilidade acrescida que poderá ter com presidente do Eurogrupo no cumprimento das regras, Mário Centeno diz que a eleição não representa maior responsabilidade do que aquela que tem tido.

    “Não é uma responsabilidade acrescida, nem nova. Este Governo e eu próprio, mais ou menos há um ano, estávamos a lutar aqui para que não tivéssemos suspensão dos fundos estruturais, um mês antes para não ter sanções. (…) Saber ouvir e debater ideias tem feito parte das minhas tarefas nos últimos anos”, afirmou.

    “É apenas um novo patamar dessa exigência, mas estou certo que é um nível de exigência que Portugal e os portugueses estarão expostos, e mais uma vez uso a expressão, orgulhosos”, acrescentou.

  • Centeno: Eleição "traz para o país uma distinção que nenhuma outra antes tinha trazido"

    “Eu continuo a ser ministro das finanças de Portugal e isso é uma enorme diferença”. O ministro das Finanças já fala com os jornalistas portugueses e diz que é uma prestigio para Portugal. “É o ministro das finanças, que neste caso se chama Mário Centeno, de Portugal que ocupa este cargo”, disse.

    “É um momento que valoriza a credibilidade de todo o processo que Portugal tem feito nos últimos anos, um sucesso que é entendido com um sucesso na Europa. O Governo tem vindo a trazer um conjunto de ideias e de abertura de novas formas de estar dentro daquilo que são as regras europeias”, acrescentou.

  • Rajoy descreve Centeno como "político moderado comprometido com a Europa"

    O primeiro-ministro espanhol também já congratulou o Governo português. No Twitter, Mariano Rajoy deu os parabéns diretamente ao primeiro-ministro António Costa pela eleição de Centeno que classifica como um político “moderado e comprometido com a Europa”.

  • Zorrinho diz que "nada voltará a ser como antes"

    Mais um socialista em Bruxelas a falar na eleição de Centeno. O eurodeputado Carlos Zorrinho diz que este é “um final feliz” e que “nada voltará a ser como antes”. Porquê? “Porque Mário Centeno mostrou que há um caminho alternativo, não pondo em causa a solidez económica” dos países da zona euro.

    Para Zorrinho este final traz também “uma grande responsabilidade” para Portugal que “deve afirmar esta linha de responsabilidade. Há uma forma progressista de se estar na moeda única”, sublinhou em declarações ao Observador.

  • PSD mais descansado com Centeno. "Não é possível presidir ao Eurogrupo e depois prevaricar dentro de casa"

    Após vários dias em silêncio, o PSD reagiu no Parlamento através do coordenador da bancada na Comissão Orçamento e Finanças. Duarte Pacheco começou por saudar Mário Centeno, lembrando que ser presidente do Eurogrupo “não é a mesma coisa que ser presidente da Comissão Europeia ou secretário-geral da ONU”, mas destacando que é “um cargo relevante na construção europeia.”

    Duarte Pacheco destaca que esta eleição “significa um aumento da responsabilidade de Portugal”, que está “agora ainda mais comprometido com as regras europeias” e com a “disciplina europeia”. O deputado do PSD ressalva que aquele que “já era um assumido compromisso do estado português” é agora também um “compromisso pessoal”. Isto porque, acredita: “Não é possível presidir ao Eurogrupo e depois prevaricar dentro de casa.”

    O PSD tem assim uma “garantia” que “as políticas de rigor orçamental e de consolidação orçamental não vacilarão” e que o país vai “continuar no rumo que foi iniciado em 2011 e que permitiu a Portugal ganhar a credibilidade que hoje permitiu a um compatriota presidir ao Eurogrupo“.

  • "O PCP terá a mesma postura" em relação ao Eurogrupo

    João Ferreira, deputado no Parlamento Europeu do Partido Comunista Português garantiu que o PCP “terá a mesma postura que teve até agora” em relação ao Eurogrupo. João Ferreira esclareceu que essa é uma postura “que luta contra imposições e constrangimentos que limitam a capacidade de resposta” às “necessidades do país”.

  • A candidata da Letónia, e primeira ministra a desistir no final da primeira ronda de negociações, Dana Reizniece-Ozola, também deu os parabéns a Mário Centeno.

    O único que ainda não felicitou Mário Centeno foi o outro candidato socialista que concorreu à presidência do Eurogrupo, Peter Kazimir, da Eslováquia.

  • Marcelo: Portugal precisa de "uma política financeira firme, consequente, sem desvios nem aventuras"

    O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou a eleição de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo, considerando-a “um sinal importante e positivo”, mas reiterando que traz mais responsabilidades para Portugal. “Não foi à primeira, foi à segunda, o que interessa é que foi”, declarou o chefe de Estado aos jornalistas, à entrada para uma conferência na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

    Marcelo Rebelo de Sousa já tinha comentado a eleição de Mário Centeno, antes mesmo da contagem dos votos, face às declarações do atual titular do cargo de presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, que deu como certo que o seu substituto seria o ministro português das Finanças. Em declarações aos jornalistas, a seguir a um almoço num centro social, o Presidente da República afirmou que Portugal vai passar a ter “uma voz mais forte” nas instituições europeias, mas também “um preço de exigência acrescida” em termos financeiros.

    Confirmada a eleição de Mário Centeno, o chefe de Estado voltou a falar à comunicação social, declarando: “É um sinal importante e positivo para o país, para ao Governo, para o ministro, e eu penso que também para a Europa. É um momento de alegria para todos os portugueses”.

    “Agora, passa-se à fase seguinte, que é garantir que não nos esquecemos de contribuir para a Europa, mas também de termos cá em Portugal uma política financeira firme, consequente, sem desvios nem aventuras, porque o ministro das Finanças chega a presidente do Eurogrupo por ser ministro das Finanças de Portugal”, acrescentou.

    Marcelo Rebelo de Sousa reiterou a ideia de que “não há bela sem se não”, defendendo que, neste caso, “belo é o aumento de influência de Portugal na Europa, é belo a Europa ver Portugal com outra consideração muito diferente daquela com que via há dois anos quando tinha dúvidas sobre este Governo e a sua política”.

    “O senão é uma responsabilidade. Agora que temos a presidência do Eurogrupo, somos ainda mais responsáveis do que éramos anteriormente. Portanto, não pode haver nem descuidos nem aventuras em matéria financeira em Portugal”, completou.

    Lusa

  • UGT. Eleição poderá ser uma "mudança na liderança económica da UE"

    A União Geral de Trabalhadores (UGT) considerou a eleição de Mário Centeno um “grande prestígio para Portugal”, acrescentando que poderá mesmo significar “uma mudança na liderança económica da União Europeia”.

    A UGT elogiou a forma como o ministro das Finanças português “conduziu o processo de execução orçamental e consolidação das finanças públicas” portuguesas. “Este resultado coloca Portugal numa posição determinante e mais ativa para a construção de consensos entre os estados-membros”, pode ler-se ainda no comunicado enviado.

    A UGT apontou ainda a “maior” responsabilidade de Mário Centeno “na condução da disciplina orçamental”.

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