“Surpreendido e chocado” foi como o Presidente da República reagiu à notícia da investigação ao padre António Teixeira que conhece há vários anos e a quem chegou a escrever o prefácio de um livro. Ao Público, Marcelo Rebelo de Sousa declarou que foi apanhado de surpresa pela informação de que o padre, que conhece das paróquias de Cascais e Carcavelos e que atualmente celebra missas na igreja da Madorna, na Parede, foi constituído arguido num caso de desaparecimento de arte sacra.
Tendo sabido hoje do processo, estou surpreendido e chocado. Não esperava isto de uma pessoa que conhecia há tanto tempo das paróquias de Cascais e Carcavelos e não corresponde à ideia que tinha dele”, afirmou o Presidente da República.
O caso que a Polícia Judiciária está a investigar e em que o padre António Teixeira surge como arguido envolve o desaparecimento de arte sacra da Paróquia do Santo Condestável, em Lisboa. De acordo com o jornal, estão em causa artigos de vários géneros, desde vestes religiosas (paramentos) a material usado para ornamentar o altar, como toalhas e castiçais. Há ainda registo de uma taça de prata dourada com pedras preciosas e imagens do séc. XVIII. Uma parte destes objetos terá sido vendida a um antiquário, suspeitando-se que a receita dessa venda terá sido usada para finanças obras na casa paroquial para onde o padre Teixeira se mudou há dois anos. Outra parte terá simplesmente ido para o lixo, por estar desgastada.
O Patriarcado confirmou ao Público que a informação do desaparecimento das peças, lhe chegou em março, tendo sido “determinado que o caso fosse apresentado à Polícia Judiciária”. Mas pouco mais adianta, além de que nesta altura já “o sacerdote em causa tinha sido substituído”, dois meses antes e a seu pedido, “não desempenhando atualmente qualquer cargo pastoral”.
Marcelo Rebelo de Sousa, que tinha estado no lançamento de uma obra do pároco em 2015, escreveu o prefácio do quarto livro do padre António Teixeira lançado no final do ano passado, onde descreve o seu perfil espiritual.