Um ano depois do Congresso Internacional, realizado entre os dias 9 e 11 de fevereiro de 2017 na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a Casa Fernando Pessoa vai organizar um encontro que tem por objetivo fazer um “ponto da situação” dos Estudos Pessoanos e “acompanhar o desenvolvimento da investigação” mais recente. O evento — intitulado “Estudos Pessoanos: ponto da situação”, vai acontecer já no próximo dia 8 de fevereiro na casa onde o poeta viveu nos últimos anos de vida, na Rua Coelho da Roca, em Campo de Ourique.
Com início marcado para as 10h30, o mini-congresso irá prolongar-se durante todo o dia. Ao todo, irão passar pela Casa Fernando Pessoa dez investigadores, que irão apresentar os resultados do seus trabalhos mais recentes. “São painéis de discussão para saber mais sobre os projetos daqueles que à data [do Congresso Internacional Fernando Pessoa] eram doutorandos, a que se juntam novos temas e propostas”, refere a informação divulgada pela instituição, que planeou o evento em colaboração com os investigadores Mariana Gray de Castro, Pedro Sepúlveda e Antonio Cardiello, que fizeram parte da organização do Congresso Internacional no ano passado.
A primeira comunicação, depois da sessão de abertura, estará a cargo de Filipa de Freitas, co-editora do livro Teatro Estático, publicado em 2017 pela Tinta-da-China. E será exatamente sobre este género dramático, criado por Fernando Pessoa, que a investigadora irá falar. Raquel Nobre Guerra irá abordar o “fragmento como programa estético em Pessoa” e Madalena Lobo Antunes irá apresentar uma comunicação sobre o Livro do Desassossego, intitulada “O Desassossego Como Consciência: Da Rua dos Douradores Para o Cânone do Romance Moderno”. Durante a manhã, quem se deslocar a Campo de Ourique vai ainda poder ouvir Pedro Tiago Ferreira (“Curadoria e revogação: o caso Pessoa”) e Rui Sousa (“Notas sobra as menções pessoanas a Francisco Sanches”).
Depois de almoço, a partir das 15h, irá falar-se sobre a biblioteca pessoal de Fernando Pessoa e outras paixões. Pelas 16h30, José Barreto irá abordar a questão d’“A última paixão de Fernando Pessoa”. O historiador publicou em dezembro passado, na revista Pessoa Plural – A Journal of Fernando Pessoa Studies, um artigo onde avançou com a possibilidade de o último amor do autor de Mensagem não ter sido Ofélia Queiroz como sempre se julgou, mas uma inglesa loira chamada Margaret. Depois disso, será a vez de Nuno Amado falar sobre “Ricardo Reis e a heteronímia pessoana”, encerrando assim o evento.
A última paixão de Fernando Pessoa não foi Ofélia, foi uma inglesa loira
Se não houver atrasos, o mini-congresso deverá acabar pelas 17h30. A entrada é livre (não é necessária qualquer inscrição, como aconteceu no ano passado no Congresso Internacional Fernando Pessoa), mas sujeita à lotação da sala.