Pedro Dias entrou na sala do Tribunal da Guarda, pelas 10h05 desta quinta-feira, tal como nas outras sessões de julgamento: aparentemente calmo e em silêncio. O suspeito dos crimes de Aguiar da Beira, que ocorreram em outubro de 2016, começou a falar pelas 10h10. Assumiu que matou um dos GNR que o intercetaram no carro a meio da noite, mas nega que tenha sido o autor dos disparos que levaram à morte do casal Luís e Liliane Pinto. Pedro Dias diz assim que é o autor de apenas um dos três homicídios de que vem acusado, mas assume que disparou contra o militar da GNR António Ferreira. Quanto ao sequestro em Moldes, garante que nunca teve a intenção de matar ninguém.
Recorde-se que Pedro Dias está acusado de três crimes de homicídio qualificado, duas tentativas de homicídio, três crimes de sequestro, cinco de roubo e três crimes de detenção de arma proibida.
Pedro Dias pediu desculpas antecipadamente ao juiz Marcos Gonçalves caso se perdesse no discurso, uma vez que, disse, passa muito tempo isolado — “22 horas”, especificou. Ainda assim, não se esqueceu do que se passou. : “O dia mais negro da história da minha vida não está esquecido, antes pelo contrário”.
O confronto com a GNR
“Ele acertou-me com as algemas na mão direita e queixei-me”
O suspeito começou por contar como foi parar ao local onde às 23h30 parou o carro. Ia para Arouca e tinha pensado levar a filha no dia seguinte à escola, mas com o cansaço — ia até tendo “um despiste” — acabou por decidir parar perto do hotel que estava em construção nas Caldas da Cavaca, no local onde assassinaria o militar da GNR Carlos Caetano.
“Tinha dentro da Toyota um pé de cabra e uma arma”, afirmou o juiz, ao que Pedro Dias disse que não tinha nenhum pé de cabra. Quanto à arma, para a qual não tinha licença, Pedro Dias explicou que a comprou em junho de 2016 por causa de “cães selvagens” que atacavam os seus rebanhos.
Já estacionado, Pedro Dias lembra-se de falar ao telefone com a mulher, que tinha acabado de “dar leite” ao filho, quando adormeceu com o carro ligado por causa do aquecimento — estava muito frio naquela noite. Por isso não sentiu o carro da GNR a chegar ao pé de si: “Quando acordo tenho alguém a bater-me do lado esquerdo”.
“Levantei-me já com as mãos no ar e o senhor do lado esquerdo perguntou-me o que estava a fazer. Disse que estava a dormir. O senhor agente, que estava do lado esquerdo, disse-me para sair do veículo e volta-me a perguntar o que estava ali a fazer, que era um sítio suspeito”, ao que Pedro Dias terá dito que não estava ali “por mal” e que “decidiu encostar” para descansar.
O agente voltou a insistir que era um sítio suspeito, afirmou Pedro Dias. “No banco do passageiro tinha a carteira de onde tirei a carta de condução”, contou. “No chão do passageiro, como eu passava muitas horas em condução, estava algum lixo de refeições que tinha feito”. Os agentes terão perguntado se vivia na carrinha, ao que Pedro Dias disse que não.
De acordo com o arguido, os militares pediram-lhe para se dirigir até ao carro da GNR. “Tenho ideia que o senhor Caetano é que tomou conta dos meus dados pessoais”, nomeadamente o bilhete de identidade e a carta de condução. “Perguntaram-me se eu tinha alguma coisa pendente e se os resultados do veículo correspondiam aos dados.” Pedro Dias explicou que a carrinha estava em nome de uma “amiga”, a ex-namorada Ana Cristina Laurentino, cuja “empresa era proprietária da carrinha”.
O guarda Carlos Caetano voltou a dirigir-se ao carro de Pedro Dias e ele acompanhou-o. O militar terá voltado a perguntar por que estava ali parado. “Ele começou a mexer nas coisas que tinha na carrinha, na porta traseira do passageiro. Eu tinha umas mochilas com muda de roupa.” Caetano terá voltado a perguntar se dormia na carrinha, ao que o arguido voltou a responder que não. Na carrinha, acrescentou, estavam ainda fotografias dos filhos.
“Voltámos a aproximar-nos do carro da patrulha”, afirmou Pedro Dias, acrescentando que reparou que os militares conversaram qualquer coisa, mas não percebeu o que foi. O militar Ferreira afastou-se para falar ao telefone e Caetano continuou a fazer perguntas. Entretanto, António Ferreira voltou para junto dos dois homens, dirigiu-se à carrinha de Pedro Dias e o suspeito acompanhou-o. Nesta altura, o militar Caetano ter-se-á afastado, tanto que Pedro Dias o “perdeu de vista”. O militar Ferreira terá voltado a perguntar o que estava ali a fazer, que aquilo era um sítio suspeito, ao que o arguido terá respondido que se tivesse alguma coisa de suspeito seriam os jericans que guardava na carrinha e que utilizava para transportar combustível para a quinta.
Mãe de uma das vítimas: "Se eu te apanhasse, matava-te"
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Pedro Dias chegou ao Tribunal da Guarda pelas 9h30. Quando a carrinha celular estava a entrar para as instalações do tribunal, a mãe de Liliane — a mulher alegadamente assassinada por Pedro Dias — começou a bater na viatura e a gritar: “É hoje que vais falar, meu desgraçado? Se eu te apanhasse, matava-te”, disse Maria de Fátima Lino, visivelmente emocionada.
“Há muita coisa para que não consigo arranjar explicação”, afirmou Pedro Dias, recordando a insistência do militar para perceber o que estava ali a fazer. “Entretanto o senhor Caetano sai de dentro da obra do hotel. A carrinha estava à saída do hotel, a meia dúzia de metros, e o senhor Caetano chama o senhor Ferreira e ele deslocou-se ao pé dele. Perguntou qualquer coisa que eu não percebi.” O GNR dirige-se até Pedro Dias com algemas: “Ele acertou-me com as algemas na mão direita e queixei-me”. “Tu és um pilha galinhas, estás aqui a roubar”, terá dito o GNR.
A arma e o primeiro homicídio
Vejo a minha arma e só penso ‘Isto tem de parar aqui’.
“[Caetano] atirou-me contra a carrinha e deu-me um pontapé na perna esquerda e começou a fazer-me uma revista. Deu-me um murro, comecei a ficar assustado. Os senhores GNR eram maiores que eu, mesmo a parte física deles era superior à minha. Ainda ouvi o senhor Ferreira a dizer tem calma. Só perguntava o que fiz e ele volta a dar-me dois murros. Eu vou fazer queixa ao meu advogado, isto não pode ficar assim”, terá dito Pedro Dias. Segundo conta, é nessa altura que Caetano lhe dá um murro e Pedro Dias cai em frente à porta do passageiro.
“Levo uma joelhada muito grande na zona lombar. Entretanto levo mais uma joelhada na zona dos genitais, levo mais um ou dois murros. Vejo a minha arma e só penso ‘Isto tem de parar aqui’. E puxo da minha arma”. Foi nessa altura que disparou. “Só via vermelho.”
Recorde-se que António Ferreira nunca relatou qualquer tipo de agressões parte do colega a Pedro Dias.
“És burro? Não vês que ele está morto?”, disse Pedro Dias ao militar da GNR que sobreviveu
“Onde é que trazia a arma consigo normalmente?”, perguntou o juiz Marcos Gonçalves. “Sempre debaixo do banco da carrinha”, afirmou. De acordo com Pedro Dias, o seu objectivo não era matar, mas sim assustar Caetano.
“Mataste o meu colega”, terá dito António Ferreira a Pedro Dias. O arguido disse ao militar para desapertar o cinto, onde tinha a arma. Entram no carro da GNR e saem do local. Pedro Dias afirma que não teve noção de quanto tempo durou toda aquela situação. “Por favor, não me mates, tenho pais idosos para cuidar. Leva o que quiseres, ninguém vai saber, eu vou resolver a situação”, terá dito Ferreira durante a viagem de carro com Pedro Dias. Nessa altura, Ferreira liga para o posto e dá uma matricula para tentar demonstrar a Pedro Dias que podia resolver a situação. “Vês, isto está a correr bem, vai à tua vida”.
Entretanto, os dois homens regressam ao hotel, onde tudo tinha acontecido. “Vamos à Cavaca, que às tantas o teu colega nem está morto”, terá dito Pedro Dias. Quando chegam, o arguido disse a Ferreira: “Vê lá o teu colega”. “Ele está morto”, afirmou Ferreira, ao que Pedro Dias lhe disse para colocar o corpo na mala do carro da GNR. “Posto isto, eu continuava sem saber o que haveria de fazer.” Apanhou os coldres dos militares, que estavam no chão, dirigiu-se à carrinha, tirou a chave da ignição e colocou as armas dos GNR no banco de trás do carro. Obrigou António Ferreira a entrar novamente para o carro da GNR.
O juiz ainda perguntou ao suspeito por que não deixou o militar Ferreira no local. “Não lhe sei explicar porquê. Como vê, não estava a pensar bem.”
O homicídio de Luís e Liliane Pinto: Pedro Dias nega autoria
“Eu empurro o senhor para cima dele”
“Destruíram-me a vida”, terá dito Pedro Dias quando estava novamente no carro da GNR com Ferreira. “Só lhe dizia: ‘Anda para a frente, anda para a frente'”, contou o arguido, dizendo que não sabia bem para onde estava a ir. “Ele só dizia ‘Não me mates, leva o que tu quiseres, mas vai à tua vida'”.
Entretanto, Pedro Dias lembrou-se que tinha deixado uma mota, uns dias antes, numa mata e resolveu ir buscá-la. Depois de inúmeras voltas e de terem sido feitos vários pedidos de matrícula, Pedro Dias desistiu de ir buscar a mota e terá dito a Ferreira para voltar para trás. O seu objetivo era ir buscar a carrinha e contactar os advogados, relatou ao tribunal.
A dada altura encostaram o carro. Uma outra viatura parou atrás deles e saiu uma pessoa do lado do condutor, que se dirigiu ao lugar do pendura. No carro que parou, segundo o arguido, estavam um homem e uma mulher — que serão Luís e Liliane Pinto. “Vê lá o que vais dizer”, terá dito Pedro Dias a Ferreira. De acordo com o arguido, o militar saiu do carro e Pedro Dias terá tentado abrir a porta do seu lado, mas bateu em Luís Pinto. Segundo ele, nessa altura o militar Ferreira está com uma arma e dispara por cima do tejadilho do carro, mas não lhe acertou. Para se protegerem, Pedro Dias e Luís Pinto ter-se-iam escondido por trás do carro. “Nessa altura, o senhor Ferreira aproxima-se de mim, eu empurro o senhor para cima dele”. É nessa altura que há um segundo disparo que terá acertado no homem. Pedro Dias diz ter fugido para o mato e ouviu mais “dois ou três” disparos.
“Em algum momento pode ter disparado sobre os civis?”, perguntou o juiz. “Não”, respondeu Pedro Dias.
Pouco depois, regressa novamente e surpreende António Ferreira, dizendo-lhe para largar a arma. Pedro Dias disse que ainda que viu que a mulher que estava no carro não se mexia — Liliane Pinto — e que o homem — Luís Pinto — tinha sido baleado. Pedro Dias terá depois algemado o militar ao carro e os dois homens acabam por sair do local. Nesta altura, Pedro Dias voltou a querer encontrar a mata e vão para uma mata à procura dela. Pedro Dias mandou António Ferreira algemar-se a uma árvore e como ouviu “o barulho de fechar as algemas”, descansou. Enquanto procurava a mota, o militar atirou-se para cima dele. Pedro Dias, que tinha uma arma na mão, disparou. “Aí percebi que tinha acertado na face. Fiquei ali sentado, pensei em dar um tiro na minha cabeça.”
Pedro Dias afirma ter decidido então voltar ao local onde estavam os civis, porque terá achado que era a única hipótese que tinha de as pessoas saberem o que realmente se passou. “O meu pensamento virou-se só para ali”, explicou. “Tentei apanhar a respiração da senhora, estava fria.” Ainda se aproximou “do senhor” e achou que estavam ambos mortos. Pegou no carro dos civis, saiu do local em direção novamente ao hotel. Abandonou lá o carro e voltou a entrar na sua carrinha.
Quem já testemunhou
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O julgamento de Pedro Dias teve início no dia 3 de novembro de 2017 no Tribunal da Guarda. Ao longo de oito sessões, foram ouvidas todas as testemunhas, nomeadamente António Ferreira, o militar da GNR alegadamente baleado por Pedro Dias,; o inspetor Fernandes da Cruz da Polícia Judiciária da Guarda, responsável pela investigação do caso; as mães de Luís e Liliane Pinto, o casal baleado na EN229; António Duarte, o homem que terá sido sequestrado pelo arguido em Moldes; e as irmãs de Lídia da Conceição, a mulher que também terá sido sequestrada em Moldes por Pedro Dias.
“Chegou a levar dinheiro ou deixou tudo como estava?”, perguntou o juiz Marcos Gonçalves. “Levei a carteira do senhor e o telemóvel que estava na parte da frente do carro.” “Pego na carrinha, saio dali para fora”, relatou Pedro Dias. Mas, como sabia que a carrinha “tinha sido identificada”, foi a Vila Chã trocar de carro. É nessa altura que se encontra com a antiga namorada, Ana Cristina Laurentino. “Não lhe pediu para dizer que tinha passado a noite consigo?”, questionou o juiz. “É possível.” Recorde-se que Ana Laurentino, no seu testemunho em tribunal, disse que Pedro Dias lhe tinha pedido para dizer que tinham passado a noite juntos, caso lhe perguntassem por ele.
O sequestro de Lídia e António
“Com aqueles nervos, já tínhamos caído os dois ao chão”
Pedro Dias descreveu ainda o que se passou na casa de Moldes, a 16 de outubro, quando sequestrou Lídia da Conceição e António Duarte. O arguido disse que passou a noite na casa de Moldes e que, no dia seguinte, estava a “aquecer a água” para tomar banho e de boxers quando ouviu um carro a aproximar-se da casa. “Sinto um carro a parar à porta da casa. Apercebo-me que alguém vai a subir e, quando a senhora mete a chaves, a porta abre imediatamente e puxo-a para dentro de casa.” Esta situação também foi relatada, em tribunal, pelas irmãs de Lídia da Conceição — semanas depois do sequestro, a mulher teve um AVC e não está em condição de testemunhar.
Já dentro de casa, Lídia da Conceição começou a gritar: “Deixe-me ir embora, deixe-me ir embora”, relatou Pedro Dias, que terá respondido: “Eu é que me vou embora, não estou aqui por mal, deixe-me ir embora por favor.” De acordo com o arguido, a senhora “continuava muito nervosa e aos berros”. “Tratava-me por filho algumas vezes”, acrescentou.
“Com aqueles nervos, já tínhamos caído os dois ao chão, ela já se tinha magoado ali no chão.” As irmãs de Lídia, por sua vez, referiram em tribunal que a irmã lhes disse que tinha sido agredida por Pedro Dias.
Pouco depois, chegou António Duarte, que estava perto da casa quando Lídia da Conceição chegou. “Sinto um senhor à porta a chamar. Eu venho à porta ao mesmo tempo e puxo o senhor também para dentro de casa”, contou Pedro Dias, acrescentando que reconheceu o homem porque já o tinha visto a fazer alguns trabalhos em Arouca. “Nunca agredi”, garantiu. Segundo Pedro Dias, o próprio António Duarte começou a dizer a Lídia da Conceição para se calar. “Cale-se, mulher, deixe lá o homem ir-se embora”, terá dito. O próprio António Duarte contou, em tribunal, que pediu a Lídia para parar de gritar, que Pedro Dias nunca o agrediu nem o viu a bater em Lídia.
A dada altura, Pedro Dias encaminhou as duas pessoas para um dos quartos da casa e disse-lhes para se sentarem na cama. “Começo a vestir-me, a pôr coisas na minha mochila e perguntei ao senhor se ele me emprestava o relógio”. “Pediu com uma arma apontada?”, questionou o juiz. “Pedi o relógio com uma arma apontada? Não, pedi o relógio.” O suspeito terá ainda perguntado a António Duarte se tinha o seu carro ali por perto e disse-lhe que iria levar a viatura. “Você leve o que quiser, só não nos faça mal.”
Antes de sair, Pedro Dias disse a António Duarte para amarrar Lídia da Conceição. “Ele amarrou a senhora e ainda chegou a dizer que não precisava de o amarrar porque ele não ia chamar ninguém”. Mas Pedro Dias amarrou-o de qualquer maneira. Durante toda esta situação, a mulher esteve “sempre aos berros”. Pedro Dias então vai à cozinha buscar duas batatas “pequenas” — “lavei-as” — e colocou-as na bocas de António Duarte e Lídia da Conceição. É aí, disse o suspeito, que reparou que a mulher tinha um “corte na cabeça.”
O juiz perguntou a Pedro Dias se lhes disse que já tinha matado os GNR com a arma que trazia. “Devo ter dito em desabafo: ‘Dizem que matei tanta gente'”. O juiz questionou-o anda se queria matar Lídia da Conceição: “Se tivesse que a matar, tinha-lhe dado um murro logo”. De acordo com as irmãs de Lídia da Conceição, Pedro Dias ameaçou a mulher, dizendo-lhe: “Esta pistola que tenho aqui já matou quatro pessoas e tu podes ser a próxima.”
“É óbvio que compreendo a dor das pessoas”
Durante a tarde desta quinta-feira, e antes das alegações finais, Pedro Dias disse estar solidário com a dor das famílias das vítimas. “É óbvio que compreendo a dor das pessoas. É óbvio que se eu pudesse evitá-la, evitava de todas as maneiras”, afirmou o arguido, acrescentando que pensou efetivamente matar-se quando disparou sobre o guarda Ferreira, mas achou que as pessoas deviam saber o que se tinha passado.
Nenhum dos advogados das vítimas questionou Pedro Dias relativamente à sua versão dos factos. Em resposta às perguntas colocadas por Mónica Quintela, explicou que 2016 foi um ano “em que aconteceu muita coisa”. “No dia em que soube que ficava com a guarda da minha filha soube que o meu filho de quatro meses ia ser operado ao coração”.
Quanto à revista que lhe foi feita pelos militares da GNR, afirmou que não tem dúvidas de que “houve um pouco de insistência a mais comparando com outras vezes” que tinha sido fiscalizado pela GNR. Algo que aconteceu “umas sete ou oito vezes”, três das quais tinha a arma no carro. O arguido explicou ainda que comprou a arma por 50 euros em frente à Câmara de Leiria.
Relativamente às agressões, disse terem sido as mais violentas da sua vida. “Na África do Sul, em três anos, fui assaltado três vezes. Dessas vezes, que levei dois ou três murros, nunca fui tão agredido como fui ali”, afirmou Pedro Dias. “Nem dá tempo para pensar. O objectivo não era matar, era que aquilo acabasse ali.”