Pelo menos dois mil cidadãos chineses foram esta segunda-feira retirados do Vietname. No total, já terão deixado o país mais de três mil pessoas. No domingo realizou-se um protesto em Ho Chi Minh, cidade no sul do país, contra a construção de uma plataforma de extração de petróleo pela China em águas atualmente disputadas pelos dois países, no mar do Sul da China.
Entre 15 a 20 pessoas foram detidas pelas autoridades no domingo. Isto apesar de, no mesmo dia, o governo vietnamita ter enviado um SMS a todos os utilizadores de telemóvel do país, adiantou o The Guardian, urgindo-os a não participarem em protestos organizados.
No sábado, a agência de notícia oficial do governo vietnamita acusou a China de mostrar “a sua agressividade ao enviar mais navios militares” para a área onde foi depositada a plataforma. A mesma agência revelou que 119 navios estavam já a circundar a infra-estrutura na manhã de sábado. A CNN escreve que o Vietname já exigiu que a China retire a plataforma das águas.
A plataforma em causa está localizada ao largo das Ilhas Paracel, um arquipélago de pequenas ilhas situado no mar do Sul da China.
Por outro lado, o governo chinês acusa o Vietname de também ter enviado navios militares para a zona, alegando que o país está a tentar afetar a operação de extração de petróleo. “Não queremos problemas, mas não temos medo de os ter”, avisou Fang Fenghui, chefe do Exército de Libertação Popular da China.
Os navios de passageiros “Wuzhishan” e “Tongguling”, ambos chineses, deixaram o porto vietnamita de Vung Ang esta segunda-feira com mais de 900 pessoas a bordo cada um, noticiou a agência oficial chinesa Xinhua. Estes são dois de quatros navios – com uma capacidade para cerca de mil passageiros – enviados para o Vietname para retirar chineses, na sequência dos protestos que, na semana passada, se estenderam a 22 das 63 províncias do país.
Várias fábricas detidas por empresas estrangeiras foram incendiadas e pilhadas, sobretudo entre terça e quarta-feira. As autoridades chinesas revelaram que duas pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas na sequência destes motins.