O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, afirmou hoje que os países da CPLP (Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa) constituem um mercado para a venda de navios patrulha semelhantes ao NRP (Navio da República Portuguesa*) Viana do Castelo.

“Como é óbvio, há mercado. Esta visita insere-se no âmbito da reunião da CPLP, para vermos as capacidades deste navio, onde, aliás, vão embarcar estagiários dos países irmãos, da CPLP, no cumprimento de uma missão”, disse o ministro durante uma visita ao navio patrulha Viana do Castelo.

José Pedro Aguiar-Branco desvalorizou a ausência dos homólogos do Brasil, Angola e Timor, na visita realizada na Base do Alfeite, em Almada, e mostrou-se convicto de que essa ausência, designadamente dos ministros de Angola e do Brasil, se deveu apenas a motivos de agenda e não significam qualquer desinteresse desses dois países.

O ministro da Defesa garantiu também que Portugal continua a ter capacidade de construção desde tipo de navios, com projeto português, apesar da reprivatização, e posterior subconcessão, dos estaleiros navais de Viana do Castelo, que têm capacidade instalada para a construção deste tipo de navios.

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“Portugal tem a capacidade de construir este navio e o projeto é português. Aliás, uma das condições quando se tratou da reprivatização, e mais tarde da subconcessão, dos estaleiros navais de Viana do Castelo, foi precisamente manter na órbita do Estado a titularidade, a propriedade intelectual deste projeto”, disse.

“E por isso, há capacidade quer em termos da existência de projeto, que é do Estado, quer em termos daquilo que é a capacidade de construção e reparação naval, que persiste em Viana do Castelo. E nós acreditamos que tem futuro, quer para a região, quer para a construção naval portuguesa”, acrescentou.

O navio patrulha Viana do Castelo, concebido por técnicos portugueses e construído nos estaleiros de Viana do Castelo, destina-se à realização de missões de patrulha e fiscalização na ZEE (Zona Económica Exclusiva) de Portugal e tem autonomia para mais de 30 dias no mar, tendo ainda a possibilidade de ser reabastecido quando está a navegar.

Além das missões de fiscalização, o NRP Viana do Castelo pode também desempenhar, entre outras, missões de minagem tática e de proteção, ou mesmo missões de apoio a pequenas forças em tempo de crise ou de guerra.

Uma das grandes vantagens do navio patrulha Viana do Castelo é o elevado nível de automação, que permite operar com uma tripulação de apenas 42 elementos, bem como a possibilidade de utilizar dois motores elétricos, que têm um consumo residual quando comparado com os motores a ‘diesel’.

O NRP Viana do Castelo é um dos navios em que decorre a partir de hoje um estágio de 16 oficiais das marinhas de outros países da CPLP, no âmbito de uma missão que decorre até dia 25 de julho.

Nesta missão participam também os NRP Figueira da Foz e NRP João Coutinho.

GR // SMA

*Correção enviada pelo leitor Manuel Sousa, como se pode ler no comentário em baixo.

Lusa/fim