Portugal não tem um Dia Nacional do Fado, mas o género considerado Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO está cada vez mais vivo por cá. Já na Argentina, onde o Senado De La Nación aprovou, em 2012, que o dia 6 de outubro passasse a ser Dia Nacional do Fado, nunca se assinalou a data.
A notícia de que a Argentina instituiu o Dia Nacional do Fado após o Festival do Fado, que decorreu em Buenos Aires no último fim-de-semana, espalhou-se pela imprensa portuguesa após o comunicado enviado, segunda-feira à noite, pela Everything is New. “O grande sucesso desta primeira edição na capital Argentina levou à instituição do Dia do Fado na Argentina, pelo Senado de La Nación Argentina”, pode ler-se no e-mail enviado às redações.
Só que o Dia Nacional do Fado já foi instituído pelo Senado em novembro de 2012 e tem pouca atenção por parte dos argentinos. “É uma lástima”, disse ao Observador o argentino Victor Antonio Lopes, que em 2012 levou ao Senado, com a sua irmã Andrea Lopes, a proposta de instituir o dia 6 de outubro como Dia Nacional do Fado. O dia escolhido foi o da morte de Amália Rodrigues, como forma de homenagear o nome maior do fado português.
“Sinto e vivo Portugal como se fosse a minha casa”, explica Victor Lopes, filho de pais portugueses, a partir da Argentina. “Sou apaixonado pelo tango e pelo fado. Em crianças ouvíamos sempre a Amália”.
A 6 de outubro de 2013, o primeiro Dia Nacional do Fado na Argentina não foi celebrado. “A iniciativa foi aprovada, mas ninguém se importou”, conta.
No último fim-de-semana, a Usina del Arte, em Buenos Aires recebeu a primeira edição argentina do Festival do Fado na Argentina. A Everything is New e a Alto e Bom Som levaram ao país da América do Sul Ana Moura, Carolina, Miguel Capucho e Ângelo Freire.
A edição madrilena do festival acontece nos próximos dias 19, 20 e 21 de junho, nos Teatros Del Canal, com Mísia, Gisela João e Carlos do Carmo no cartaz. Para além da música, a programação inclui ainda cinema, conferências e exposições.