O prazo dado pela Rússia à Ucrânia para que pagasse uma parte da dívida do abastecimento de gás passou às 7h desta manhã (hora de Lisboa; 10h em Moscovo), pelo que o fornecimento daquele recurso à Ucrânia pode ser cortado.
A Rússia ameaçou que cortaria o abastecimento de gás à Ucrânia depois de, este domingo, Alexei Miller, presidente da Gazprom, Arseni Yatseniuk, primeiro-ministro ucraniano e Günther Oettinger, comissário europeu de energia, terem estado reunidos até cerca das 22h30 (1h30 em Moscovo) e de não ter sido possível às partes chegarem a um acordo relativo ao pagamento das dívidas de gás.
“A Rússia espera o pagamento da dívida acumulada de gás de 1.950 milhões de dólares antes das 10h de 16 de junho”, disse o porta-voz da Gazprom Sergei Kupriyanov, citado pela Reuters. “Se os valores não forem pagos, o abastecimento de gás, como foi anunciado já, vai ser alterado para um sistema de pré-pagamento”, acrescentou.
O comissário europeu, Günther Oettinger, fez uma proposta a Moscovo para que a Ucrânia pagasse o gás a 326 dólares por mil metros cúbicos, mas a Gazprom recusou, exigindo o pagamento da dívida acumulada por Kiev de 4 mil milhões de dólares, ao mesmo tempo que os ucranianos tentam negociar preços de gás mais baixos.
A Gazprom exigia o pagamento destes 1.950 milhões até às 7h de segunda-feira e de outros 1.850 milhões até 26 de junho, estando disposta ainda a baixar o preço deste recurso em 100 euros para os 385 por mil metros cúbicos, relata a agência Efe.
A Ucrânia exige que o preço do gás se fixe nos 268,5 dólares, valor que foi negociado entre Moscovo e Victor Ianukovic e que esteve em vigor durante os meses de dezembro e janeiro, antes de Ianukovic ter sido deposto. Atualmente, Kiev paga 485,5 dólares por mil metros cúbicos de gás, o preço mais elevado da Europa.