Portugal, Alemanha e Dinamarca. Parece estranho ver estes três países no mesmo grupo quando entramos no campo económico, mas não é engano. Portugal, juntamente com a Alemanha e a Dinamarca, é o país da União Europeia onde é mais acessível para comprar casa, segundo o último relatório do índice de propriedade da Deloitte, divulgado esta semana. Ou seja, os cidadãos portugueses, em função do seu rendimento médio, são dos que mais facilidade têm em comprar casa.

Apesar de a Europa, no geral, estar a passar por uma fase de baixas recorde nas taxas de juros no setor imobiliário, o custo da compra de habitação varia bastante de país para país, com os preços a oscilarem entre 2,1 a 12,1 vezes a média do salário anual bruto.

Reino Unido e França são os países da Europa onde é mais caro comprar casa. Os cidadãos britânicos precisavam, à data de 2013, do equivalente a 8,5 salários médios anuais brutos para poderem comprar uma casa. E Londres, só por si, é a cidade mais cara da Europa para comprar imóveis, com o metro quadrado a custar em média 10 mil euros. Paris vem a seguir, onde cada metro quadrado custa cerca de 8 mil euros.

Fora da União Europeia, o relatório da Deloitte diz que Israel é o país menos acessível para comprar casa, com uma habitação de 70 metros quadrados a custar em média 12,1 vezes mais do que a média salarial auferida pelos seus cidadãos num ano. Desde 2007, o preço dos imóveis naquele país aumentou em cerca de 80%, diz o mesmo relatório.

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Na Rússia o cenário é semelhante. Apesar de ser um dos países com uma média de transação mais baixa – cerca de mil euros por cada metro quadrado -, um cidadão com salário médio teria de desembolsar 10,4 vezes o que ganha num ano para poder comprar uma propriedade.

Tendência contrária acontece em Portugal, Alemanha e Dinamarca – que formam o trio mais acessível para compradores de casas -, custando o equivalente a 2,1 vezes mais do que o salário médio anual na Dinamarca, e o equivalente a cerca de 3 vezes mais, no caso de Portugal e da Alemanha.

Segundo a CBC, que cita o relatório da Deloitte, a procura de habitação em Portugal aumentou ligeiramente em 2013 à medida que a economia dava sinais de recuperação, com os preços a acompanharam essa ligeira curva ascendente. No entanto, nos últimos anos, houve uma queda contínua dos preços das casas na óptica do comprador (não do proprietário), uma vez que, com a crise, os bancos ficaram com uma grande quantidade de casas em mãos e com a necessidade de as vender a todo o custo. Literalmente.