O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que se opõe à eleição de Jean Claude Juncker para presidente da Comissão Europeia (CE), pretende pedir aos líderes da União Europeia que se pronunciem sobre o assunto numa votação, informaram hoje fontes oficiais. Um porta-voz do primeiro-ministro britânico, reconheceu que esta medida é inédita em Bruxelas, onde os dirigentes comunitários normalmente chegam a um acordo conjunto, sem necessidade de recorrer a uma votação.

Mas Cameron está disposto a dar esse passo para obrigar os seus colegas a explicar “porque se entregou o poder ao Parlamento Europeu” (PE). O governante britânico abordará este assunto na segunda-feira com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, quatro dias antes de uma cimeira em Bruxelas. De acordo com o mesmo porta-voz, Cameron “vai lutar por este assunto até ao final” apesar de, por exemplo, a chanceler alemã Angela Merkel ter defendido em público a candidatura do ex-primeiro ministro luxemburguês à presidência do executivo comunitário.

Juncker é o candidato do Partido Popular Europeu (PPE), o mais votado nas eleições de 25 de maio, a que não pertencem os conservadores britânicos de David Cameron. O primeiro-ministro britânico considerou o luxemburguês como um representante da “velha guarda”, contrário às reformas que ele defende para a Europa. Cameron defendeu a autonomia do Conselho Europeu para escolher um candidato à presidência da CE e acusou o PE de ignorar os tratados ao querer não só votar o candidato, como defini-lo de antemão.

Para o líder conservador, os tratados comunitários estabelecem que são os chefes de Governo que sugerem o candidato à presidência da CE, tendo em conta o resultado das eleições europeias, que será depois eleito pelos deputados do PE através de voto secreto.

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