A infanta Cristina, irmã de Felipe VI, foi esta quarta-feira formalmente acusada por fraude fiscal e branqueamento de capital, juntamente com o marido. A acusação acontece três anos depois do início do processo de investigação dos negócios ilegais do marido Iñaki Urdangarin, e apenas uma semana depois da proclamação de Felipe como rei de Espanha, que prometeu dar início a uma “monarquia renovada para um tempo novo”.

Segundo o El País, a duquesa de Palma vai sentar-se no banco dos réus por ter sido uma das beneficiárias dos negócios ilegais do marido, que usava dinheiros públicos em favor de empresas como a Aizoon, da qual Cristina detinha 50% de participação. A investigação baseou-se em mais de 32 documentos, escreve o jornal espanhol.

A decisão do tribunal (pode ver aqui o auto original, disponibilizado pelo El Mundo), mantém a acusação de 16 das 32 pessoas envolvidas no processo, a maior parte pertencentes à empresa montada por Urdangarin e o seu sócio, Diego Torres, também acusado, assim como altos cargos e ex-funcionários que adjudicaram os contratos do Instituto Nóos.

Urdangarin e Torres terão cobrado mais de seis milhões de euros aos Governos das comunidades de Valência e Ilhas Baleares para a realização de eventos que tinham um custo real bastante inferior, de cerca de dois milhões. Os contratos foram assinados por intermédio do Instituto Nóos, uma suposta sociedade sem fins lucrativos presidida pelo marido da infanta. Este dinheiro público era assim desviado através do instituto para as empresas privadas de Urdangarin e Torres, sendo que uma delas era a Aizoon – propriedade dos duques de Palma de Maiorca. Segundo foi provado, Cristina e Urdangarin usavam assim dinheiros públicos através daquela empresa para fins particulares, declarando-os como gastos próprios da atividade empresarial.

Os advogados do casal já afirmaram que vão recorrer da decisão.

O escândalo da Infanta Cristina, de 49 anos, que agora parece entrar numa fase terminal, perseguiu os últimos anos do reinado de Juan Carlos e contribuiu fortemente para a quebra da popularidade da monarquia em Espanha.

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