O governo alemão pediu ao agente de topo dos serviços secretos norte-americanos em Berlim que abandone o país. Esta reação da chanceler Angela Merkel surge depois de serem conhecidos mais dois casos de espiões norte-americanos infiltrados em instituições governamentais – no ano passado ter sido já tinha sido avançado que o telefone da chanceler era espiado pela NSA.

Merkel disse esta quinta-feira em Berlim que “espiar aliados é uma perda de energia”, referindo-se ao mais recente escândalo de espionagem dos norte-americanos ao seu país. A chanceler agiu em conformidade e pediu esta quinta-feira aos EUA que retirassem da Alemanha o seu chefe dos serviços no país.

A notícia desta expulsão veio de Clemens Binniger, presidente da comissão do Bundestag (Parlamento alemão) que supervisiona os serviços secretos do país. Binninger diz que o pedido se ficou a dever ao representante dos serviços secretos dos EUA em Berlim “ter falhado consecutivamente em ajudar a resolver as várias alegações de espionagem do seu país na Alemanha”.

O porta-voz da chanceler já confirmou esta decisão, segundo o The Guardian. “O governo leva muito a sério estas atividades. É essencial e no interesse da segurança dos seus cidadãos que a Alemanha mantenha uma relação de confiança com os seus parceiros, nomeadamente com os Estados Unidos” sublinha Steffen Seibert, porta-voz de Merkel. Esta decisão tem largo apoio por parte das forças políticas alemãs, que dizem que o governo pecou por agir tardiamente contra o EUA.

As constantes revelações de espionagem dos EUA à Alemanha têm arrefecido as relações entre os dois países e preocupam a opinião pública alemã, que receia pela sua privacidade e pela privacidade das suas instituições. O ministério dos Negócios Estrangeiros alemão tem vindo a reunir-se esta semana com o embaixador dos EUA no país de modo a solucionar estas intromissões e pressionar Washington a falar publicamente sobre o tema.

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