Cerca de mil pessoas saíram do Porto de comboio na quinta-feira para protestar contra as políticas do Governo liderado por Passos Coelho. A CGTP fretou um comboio “especial” à CP para levar os manifestantes do norte às ruas da capital, mas recusou prestar mais esclarecimentos sobre o preço e o decorrer da viagem ao Observador.

Uma viagem num comboio intercidades que parte da estação de Porto – Campanhã com destino a Lisboa – Santa Apolónia, custa 24,30 euros, em segunda classe. Em primeira, custa 35,90 euros. Se multiplicarmos este valor por mil, totaliza 24.300 euros e 35.900 euros.

A manifestação promovida pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) decorreu na quinta-feira, 10 de julho, em Lisboa. Os números avançados pela central sindical apontam para uma adesão de 40 mil pessoas, num balanço que Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP considerou “extremamente importante e positivo”, refere a agência Lusa.

A ação de protesto juntou milhares de trabalhadores descontentes com as alterações ao Código de Trabalho, que foram aprovadas na quinta-feira no Parlamento. No final da manifestação, Arménio Carlos referiu, junto à Assembleia da República, que é preciso que se lute, nos locais de trabalho, para “pôr um travão nas intenções de Passos Coelho e Portas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Uma luta que é não só dos trabalhadores do setor privado, público e das empresas do setor empresarial do Estado, mas também de todos os homens e mulheres que defendem um futuro de desenvolvimento e de harmonização social”, referiu, no final da manifestação.

Em causa, estão as propostas de lei que foram aprovadas na quinta-feira pela maioria PSD/CDS-PP na Assembleia da República. No dia 25 de julho, há nova manifestação para protestar contra os cortes salariais na função pública.

No final da ação de protesto de quinta-feira, Arménio Carlos referiu que os portugueses “sentem cada vez mais vazios e nos meses cada vez mais longos o efeito da sua política, traduzida também em menos e mais caros serviços públicos”.

O prolongamento do período para a redução do pagamento do trabalho extraordinário ou a redução dos prazos de caducidade e de sobrevigência das convenções coletivas de trabalho são algumas das medidas incluidas nas propostas de lei, que estiveram no centro dos protestos.

Carlos Arménio afirmou que a contratação coletiva “é um instrumento de harmonização” e que está convicto de que “ os trabalhadores nos locais de trabalho não vão baixar os braços em defesa dos seus direitos”, avançou a Lusa.