A Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro (Avidouro), com sede na Régua, considerou nesta sexta-feira que é positivo, mas insuficiente, o aumento para as 105 mil pipas de vinho do Porto a produzir nesta vindima. O conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) fixou esta semana em 105 mil o número de pipas (550 litros cada) a beneficiar este ano (quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto).

Em 2013, foram beneficiadas 100 mil pipas de vinho do Porto na mais antiga região demarcada do mundo. “É positivo, mas ainda não chega o aumento do benefício em cinco mil pipas. Este aumento vem ao encontro das reclamações mas continua a ser insuficiente para os pequenos e médios produtores”, afirmou a Avidouro, em comunicado.

Por isso, a associação disse que continuará ao lado dos vitivinicultores a lutar por “um aumento real do benefício e dos preços à produção”, uma vez que considera que este benefício “é a pedra angular da estrutura vitivinícola Duriense e é essencial ao rendimento dos milhares” de produtores”. Agora, para a Avidouro é também “essencial uma melhoria dos preços à produção sob pena de ser anulado, na prática, algum feito económico positivo deste aumento”.

A fixação do benefício foi o principal resultado do comunicado de vindima aprovado quarta-feira pelo conselho interprofissional do IVDP.

A associação defendeu que o preço médio da pipa de vinho generoso deve “subir acima dos mil euros” pagos à produção, bem como também quer o aumento do preço da pipa de vinho de mesa e de Favaios. A Avidouro referiu ainda que, nos últimos dez anos, “foi reduzido em 45% o quantitativo de benefício atribuído à Região Demarcada do Douro, o que se reflete numa perda de poder de compra real dos vitivinicultores em mais de 50% neste período”.

A fixação do benefício foi o principal resultado do comunicado de vindima aprovado quarta-feira pelo conselho interprofissional do IVDP, o qual “introduz pequenos ajustamentos nos coeficientes para as diferentes classes de vinha”. Segundo informou o instituto público, o comunicado de vindima foi aprovado com o acordo dos representantes da produção e do comércio.

Embora tenha sido alcançado um entendimento, a Associação das Empresas de Vinho do Porto (ARVP) defendia a beneficiação de 100 mil pipas, e a Casa do Douro, a principal representante da produção, queria um aumento para 110 mil pipas.

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