Os recifes de corais das Caraíbas diminuíram cerca de metade nos últimos 50 anos devido a causas naturais, como tempestades ou crescimento de algas, e ao impacto de atividades humanas, como pesca ou construção, segundo um estudo internacional.

No trabalho “Recifes de Coral das Caraíbas: 1970-2012”, elaborado por um grupo de investigadores de vários países e agora divulgado, alerta-se que, se não forem aplicadas medidas que permitam a sobrevivência destes elementos da natureza, dentro de 20 anos não restarão muitos naquela região do mundo.

Os recifes de coral são os ecossistemas marinhos com mais diversidade biológica do planeta, além de contribuírem para a proteção da costa, purificarem a água do mar, absorverem dióxido de carbono e serem fonte de alimento.

No estudo refere-se que os recifes das Caraíbas permitem gerar mais de três mil milhões de dólares (2,2 mil milhões de euros) nas atividades da pesca e do turismo.

Em 1972, a bióloga marinha Sylvia Earle dizia que os recifes desta região “estavam praticamente livres de algas”, o que permitia uma vida mais longa dos corais. Atualmente, as algas “estão a crescer muito e a envenenar” os corais, constataram os cientistas.

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Jorge Cortés, investigador do Centro de Investigação em Ciências do Mar da Universidade da Costa Rica, explicou à agência EFE que a captura dos peixes que comem as algas ameaça a sobrevivência dos corais.

“Com o desaparecimento destes peixes, crescem as algas que matam os corais”, indicou.

O especialista em corais e biologia marinha acrescentou que juntando a este risco os “sedimentos devido à desflorestação, as alterações da costa para construção e a contaminação, os corais morrem”.

Apesar das alterações climáticas terem afetado os corais, os especialistas dizem que esta não é a principal causa da sua morte no passado recente ou atualmente, embora possa vir a sê-lo no futuro.

A ausência de espécies que comam as algas é o fator com maior responsabilidade na crise dos corais, defendem.

O investigador referiu estar demonstrado que os “recifes saudáveis ou com pouca pressão humana recuperam mais rapidamente dos impactos naturais do que aqueles sob pressão”.

Por isso, os especialistas defendem medidas de proteção dos peixes, como a proibição ou limitação de algumas artes de pesca.