A holding que gere as participações financeiras do Grupo Espírito Santo (GES), e detentora de 20,1% do capital do Banco Espírito Santo (BES), pediu proteção contra credores nos Tribunais do Luxemburgo e diz que “não estar em condições de cumprir as suas obrigações no âmbito do programa do papel comercial, nem as obrigações relacionadas com as suas dívidas”.

Em comunicado enviado nesta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Espírito Santo Financial Group (ESFG) informou o mercado que fez um pedido de gestão controlada aos tribunais do Luxemburgo, precisamente por “não estar em condições de cumprir as suas obrigações no âmbito do programa do papel comercial, nem as obrigações relacionadas com as suas dívidas”.

A holding diz que este tipo de gestão controlada é possível “em situações em que existem perspetivas para os negócios da empresa que se encontra temporariamente em dificuldades e seja incapaz de cumprir as suas obrigações, de modo a permitir a sua restruturação”.

Pedido surge no mesmo dia em que o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, foi indicado pelos crimes de burla, falsificação, branqueamento de capitais e abuso de confiança.

A ESFG explica que, através deste procedimento, será mais fácil vender os seus ativos para pagar aos credores. Durante o processo, “todos os procedimentos ou atos, mesmo os iniciados por credores privilegiados (incluindo credores com garantias e penhoras) são suspensos”.

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Este pedido surge no mesmo dia em que o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, foi indicado pelos crimes de burla, falsificação, branqueamento de capitais e abuso de confiança, tendo saído do Tribunal pelo seu próprio pé mediante o pagamento de uma caução de três milhões de euros.

O pedido feito pela ESFG é o terceiro do género concretizado por uma unidade do GES em menos de uma semana. A Espírito Santo International (ESI) desencadeou uma ação semelhante a 18 de julho e a Rio Forte seguiu-lhe as pisadas em 22 de julho.

A 3 de julho, a ESFG informou que a sua exposição total ao Grupo era de 2,35 mil milhões de euros, mas admitiu que os pedidos de gestão controlada da ESI e da Rio Forte poderiam “ter um impacto negativo na ESFG.

Na quarta-feira, a ESFG tinha solicitado que se mantivesse a suspensão das suas ações na bolsa e Lisboa até poder avaliar com mais precisão o impacto da sua exposição ao GES. A 3 de julho, a ESFG informou que a sua exposição total ao Grupo era de 2,35 mil milhões de euros, mas admitiu que os pedidos de gestão controlada da ESI e da Rio Forte poderiam “ter um impacto negativo na ESFG e subsidiárias que têm exposição ao Grupo GES”, requisitando por isso que as ações se mantivessem suspensas.

A ESI é a holding de topo do GES e detém 100% da Rio Forte, que controla participações financeiras e não financeiras, designadamente nas áreas de imobiliário, turismo, agricultura, saúde e energia. Através da Rio Forte, a ESI detém uma participação indireta (49%) na ESFG que gere os interesses do Grupo no setor financeiro, nomeadamente no BES e na Tranquilidade.